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Bombeiro passa oito meses preso e é absolvido de homicídio em Guarujá

Justiça reconhece erro e inocenta bombeiro acusado injustamente por crime cometido com carro já vendido

Bombeiro é absolvido após oito meses de prisão por crime que não cometeu. Decisão do Tribunal do Júri reconheceu erro investigativo. Foto: Ilustração/Reprodução.

Um bombeiro de 33 anos, cuja identidade foi preservada, foi absolvido após passar oito meses preso sob a acusação de envolvimento no homicídio de um empresário de 60 anos em Guarujá. A ligação com o crime se deu pelo fato de que o veículo utilizado pelos criminosos ainda constava em seu nome, mesmo tendo sido vendido 45 dias antes do assassinato. O Tribunal do Júri concluiu que não havia qualquer evidência de sua participação no delito.

O crime ocorreu em 1º de abril de 2018, na Avenida Dom Pedro I, no bairro Tejereba. Jarbas Luz Rosa, a vítima, foi assassinado com quatro tiros enquanto dirigia seu carro preto. Segundo relatos de testemunhas, os disparos partiram de outro automóvel, cujo registro ainda estava no nome do bombeiro, apesar de a propriedade já ter sido transferida de fato.

A investigação policial se concentrou na ligação documental do bombeiro com o carro utilizado no homicídio, levando à sua prisão em 28 de setembro de 2018. Inicialmente decretada como temporária, a prisão foi convertida para preventiva. Mesmo com a alegação de que havia vendido o veículo e estava trabalhando no momento do crime, a Justiça rejeitou a defesa preliminar.

Sete testemunhas foram ouvidas durante o processo, incluindo o próprio bombeiro. Durante as audiências, sua defesa sustentou que não havia qualquer prova de seu envolvimento, além da simples vinculação burocrática com o automóvel. Uma imagem de câmeras de monitoramento mostrou o carro utilizado no crime, mas não foi possível identificar seus ocupantes.

Apesar disso, em março de 2021, a Justiça determinou que o bombeiro fosse julgado pelo Tribunal do Júri. A defesa recorreu, mas o recurso foi negado. Assim, o julgamento foi realizado no dia 6 de fevereiro deste ano. No plenário, o próprio Ministério Público reconheceu a falta de provas contra o bombeiro e pediu sua absolvição. O juiz Edmilson Rosa dos Santos proclamou a decisão e determinou o arquivamento do processo, bem como a retirada do nome do bombeiro dos registros criminais.

O advogado de defesa, Anderson Santos Leal, criticou a condução do caso, afirmando que a investigação deveria ter sido aprofundada para encontrar os verdadeiros culpados. "Lamentavelmente, nesses casos, quando uma pessoa é injustamente acusada e depois absolvida, dificilmente há um novo esforço para identificar os verdadeiros criminosos", afirmou.

O assassinato de Jarbas Luz Rosa permanece sem solução definitiva, pois não foram encontrados suspeitos que pudessem ser responsabilizados pelo crime. A vítima era empresário e também mantinha um projeto social conhecido como "Mensageiros da Felicidade". No dia do homicídio, ele foi alvejado enquanto dirigia, perdeu o controle do veículo e colidiu contra um muro. Apesar de ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Enseada, não resistiu aos ferimentos.

O caso foi encaminhado à Delegacia Sede de Guarujá, mas a investigação foi encerrada sem que houvesse a identificação e prisão dos verdadeiros assassinos.



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