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Peruíbe: Clínica clandestina é fechada por maus-tratos; alimento mofado e remédios sem receita são encontrados

  Ação da Vigilância Sanitária de Peruíbe revela cenário de negligência e ilegalidade

Agentes da Vigilância Sanitária de Peruíbe durante a interdição da clínica clandestina, onde foram encontradas condições precárias de higiene e medicamentos sem receita.

Em uma ação conjunta da Vigilância Sanitária, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal, uma clínica clandestina para dependentes químicos em Peruíbe foi interditada nesta semana, revelando uma situação alarmante de maus-tratos e negligência. A operação, desencadeada após denúncia recebida pelo Disque 100, expôs as condições degradantes em que os pacientes eram mantidos e trouxe à tona a reincidência dos responsáveis.

A denúncia inicial, feita através do Disque 100 – canal destinado a reportar violações dos direitos humanos – levou os agentes até o bairro Costão, onde a clínica operava de forma totalmente irregular. No local, as autoridades encontraram uma série de violações sanitárias e de saúde. Alimentos mofados, uma geladeira praticamente vazia e remédios de uso controlado sem qualquer prescrição médica eram apenas alguns dos sinais da negligência.

Vasni Anunciada, diretor da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SADS) de Peruíbe, destacou que os responsáveis pela clínica, dois homens de 39 e 53 anos, já tinham um histórico de irregularidades. "Eles já haviam sido interditados anteriormente em Itanhaém por condições semelhantes", afirmou Anunciada, ressaltando a gravidade da reincidência.

Além das péssimas condições de higiene e armazenamento de alimentos, a situação dos pacientes era preocupante. Entre os nove pacientes encontrados no local, havia um idoso de 75 anos. Outros três pacientes, que estavam fora do imóvel vendendo artesanatos, também são atendidos pela clínica. Durante a operação, os pacientes relataram o tratamento inadequado que recebiam, corroborando as denúncias de maus-tratos.

Os responsáveis pela clínica foram autuados por múltiplas infrações, incluindo higiene precária e armazenamento inadequado de alimentos. Ambos foram conduzidos à delegacia juntamente com os pacientes. A Polícia Civil registrou o caso como maus-tratos e solicitou a perícia do imóvel. Em depoimento, os suspeitos negaram qualquer irregularidade, mas as evidências apontam para uma clara violação dos direitos dos pacientes.

A interdição da clínica e o encaminhamento dos pacientes aos seus familiares foram imediatos. No entanto, alguns pacientes resistiram à ideia de deixar o local, destacando um dos muitos desafios enfrentados pelas autoridades em situações de resgate e reintegração social de dependentes químicos.

A operação em Peruíbe expõe um problema recorrente e alarmante: a existência de clínicas clandestinas que operam à margem da lei, colocando em risco a saúde e a dignidade dos indivíduos que buscam tratamento. A reincidência dos responsáveis e a ineficácia de medidas anteriores em Itanhaém levantam questões sobre a fiscalização e a aplicação de penas mais rigorosas para prevenir tais práticas.

O caso também sublinha a importância de canais de denúncia como o Disque 100, que se mostrou crucial para a descoberta e interrupção dessas atividades ilícitas. Contudo, é fundamental que o poder público amplie seus esforços de fiscalização e ofereça alternativas seguras e regulamentadas para o tratamento de dependentes químicos, garantindo que os direitos humanos sejam sempre preservados.

Enquanto as investigações prosseguem, a sociedade aguarda por justiça e por um sistema de saúde mais seguro e humanizado, que não deixe margem para a exploração e o abuso daqueles que buscam recuperação e dignidade.



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