Mudanças climáticas podem resultar em inundações permanentes, afetando populações e infraestruturas em diversas cidades costeiras, revela pesquisa
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O horizonte incerto: a deslumbrante orla de Santos, que encanta com sua beleza, agora enfrenta ameaça iminente das mudanças climáticas. |
Um estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU) traz alertas preocupantes para a cidade de Santos. Segundo a pesquisa divulgada nesta terça-feira (28/11), parte da cidade pode ser "engolida" pelo mar até 2050 devido ao impacto das mudanças climáticas nas inundações costeiras.
O município do Rio de Janeiro também está entre as áreas mencionadas no estudo, que ressalta o risco iminente para centenas de cidades altamente populosas ao redor do mundo. A pesquisa, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pelo Climate Impact Lab (CIL), destaca que até 2050, cidades como Santos, Cotonou (Benin) e Calcutá (Índia) estarão expostas a um elevado risco de inundação.
A divulgação do estudo ocorre às vésperas da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), adicionando urgência às discussões sobre a necessidade de ações globais. Regiões como América Latina, Caribe, Pacífico e Pequenos Estados insulares em Desenvolvimento enfrentam as situações mais críticas, com a possibilidade de perderem significativas porções de terra e infraestrutura para inundações permanentes.
O diretor do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud, Pedro Conceição, destaca que os impactos nas regiões costeiras podem desencadear retrocessos no desenvolvimento humano em todo o mundo. A elevação do nível do mar representa uma ameaça para décadas de progresso nessas áreas densamente povoadas, onde reside uma em cada sete pessoas no mundo.
Em uma lista divulgada pelo estudo, cidades como Guayaquil (Equador), Barranquilla (Colômbia), Kingston (Jamaica), Cotonou (Benin), Kolkata (Índia), entre outras, enfrentam o risco de ficarem permanentemente abaixo do nível do mar até o fim do século.
Procurada, a Prefeitura de Santos informou que está tomando medidas para conter o avanço do mar sobre a cidade. Desde 2018, foram implantadas barreiras submersas na Ponta da Praia, visando diminuir a força das ondas. Além disso, o município investe em obras de drenagem, monitoramento e na remoção de pessoas de áreas de risco, conforme nota oficial da Prefeitura.
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