Capital Paulista bate recorde histórico de óbitos pela doença enquanto autoridades enfrentam críticas por desassistência e negligência
São Paulo está mergulhada em uma crise sanitária sem precedentes. Não se trata apenas de números, mas de vidas perdidas, famílias devastadas e um sistema de saúde à beira do colapso. Com 105 mortes já confirmadas devido à dengue em 2024, a cidade enfrenta sua pior epidemia da doença em 17 anos. Os dados alarmantes, divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, ecoam como um grito de alerta para uma gestão pública que parece mais interessada em estatísticas do que em salvar vidas.
Os números não mentem. Desde 2007, quando teve início a série histórica de registros de óbitos por dengue na capital, jamais se viu uma situação tão grave. Em um intervalo de apenas alguns anos, a cidade viu o número de casos explodir, revelando uma clara incapacidade das autoridades em lidar com a situação de forma eficaz. Enquanto em 2014 eram registradas 14 mortes, em 2023 esse número subiu para assustadores 71. E agora, em 2024, já ultrapassamos a marca dos 100 óbitos, demonstrando um fracasso retumbante das políticas de controle e prevenção da doença.
A negligência das autoridades é flagrante. O painel de monitoramento elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde não deixa margem para dúvidas: a cidade de São Paulo é líder em óbitos por dengue em todo o país. Uma vergonha para uma metrópole que se orgulha de ser o centro econômico e cultural do Brasil, mas que, quando se trata de cuidar da saúde de seus cidadãos, falha miseravelmente.
A situação é ainda mais alarmante quando observamos o panorama estadual. Com 571 mortes confirmadas e outros 663 óbitos em investigação, São Paulo representa o epicentro de uma crise que assola todo o estado. Mais de 860 mil casos confirmados apenas na capital, sendo que todos os distritos já estão em epidemia, segundo dados da prefeitura. A desassistência e a desatenção ao potencial agravamento dos pacientes são apontadas como principais razões para essas mortes evitáveis, como revelado por um artigo recente do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde tenta minimizar a gravidade da situação, apontando uma suposta tendência de queda nos casos de dengue em todo o país. No entanto, essas palavras não trazem conforto para as famílias que perderam entes queridos para uma doença que poderia ter sido evitada com medidas adequadas de prevenção e assistência médica. E não podemos esquecer que, mesmo com essa suposta tendência de queda, ainda há estados como Ceará, Mato Grosso, Pará, Sergipe e Tocantins que enfrentam um aumento nos casos de dengue, demonstrando que a crise está longe de ser controlada.
Enquanto as autoridades brincam com estatísticas e discursos vazios, a população de São Paulo sofre as consequências de uma gestão incompetente e descompromissada com o bem-estar coletivo. Não podemos mais tolerar a inércia e a negligência daqueles que foram eleitos para nos representar e proteger. A epidemia de dengue em São Paulo não é apenas uma tragédia anunciada, é uma vergonha nacional que clama por justiça e responsabilização.
0 Comentários