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Rede de agiotas do PCC corrompia policiais e sequestrava bens de devedores

 Operação Khalifa desmantela esquema criminoso que movimentou milhões em São Paulo

Armas, dinheiro e outros objetos apreendidos durante a Operação Khalifa, que desmontou uma rede de agiotagem ligada ao PCC em São Paulo.

Uma operação coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) desarticulou uma complexa rede de agiotagem ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), revelando um esquema que movimentou cerca de R$ 20 milhões somente no ano de 2023. Além da cobrança de juros abusivos, que podiam alcançar até 300% ao mês, a organização criminosa envolvia a corrupção de policiais e o sequestro de bens de devedores.

A investigação, conduzida sob sigilo de Justiça, resultou na deflagração da Operação Khalifa na última terça-feira (7/5), com o cumprimento de 11 mandados de prisão na capital paulista e região do Alto Tietê. Dos 11 alvos, nove foram detidos, enquanto dois permanecem foragidos.

No epicentro desse esquema estava Edson Carlos do Nascimento, conhecido como Kaká, apontado como figura de destaque dentro do PCC. A rede contava ainda com a participação de outros membros, entre eles Daniel Carvalho Vasconcelos Santana, responsável por administrar os empréstimos e controlar a contabilidade do grupo.

O modus operandi dos agiotas incluía a imposição de multas diárias de R$ 1 mil em caso de inadimplência, seguidas por ameaças e até mesmo o sequestro de bens dos devedores. Um dos casos mais emblemáticos relatados na investigação envolveu a invasão do apartamento de um homem que, após recolher um empréstimo de R$ 24 mil, ainda devia R$ 10 mil. A dupla responsável pelo sequestro ameaçou a vítima, utilizando a força para subtrair seus pertences.

As práticas ilícitas não se limitavam apenas à agiotagem, estendendo-se também à corrupção de agentes da lei. Mensagens interceptadas pelo MPSP revelaram tentativas de suborno a policiais para facilitar a soltura de membros do grupo detidos por crimes como porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. O advogado Marco Antônio Pereira de Souza Bendo, conhecido como Paçoca, também é acusado de participar dessas atividades ilícitas.

Além disso, há suspeitas de vazamento de informações sigilosas da investigação, levantando questões sobre a integridade do processo legal. Os acusados, ao tomarem conhecimento das ações do MPSP, adotaram medidas para dificultar a investigação e impedir a aplicação da lei, incluindo a retirada de grandes quantias em dinheiro, a alteração de senhas e até mudanças no registro de suas empresas.

A Operação Khalifa representa um duro golpe não apenas contra a agiotagem e o crime organizado, mas também contra a corrupção policial. As autoridades seguem trabalhando para desmantelar essas estruturas criminosas e garantir a segurança e a integridade da sociedade.



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