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Clínica de reabilitação em Cotia envolvida em caso de tortura e morte de paciente

 Proprietários alegam ausência durante o crime; estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária

Clínica de reabilitação, em Cotia, onde ocorreu o caso de tortura e morte de um paciente foi interditado pela Vigilância Sanitária.

Na última sexta-feira, um caso de tortura e morte de um paciente em uma clínica de reabilitação na Grande São Paulo chocou a população. O incidente ocorreu na Comunidade Terapêutica Efata, localizada em Cotia. A investigação preliminar aponta Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, como o principal suspeito. Ele é acusado de torturar e matar o paciente Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, em um episódio registrado em vídeo.

Os proprietários da clínica, Cleber Silva e Terezinha Conceição, afirmaram por meio de sua advogada, Terezinha Azevedo, que não estavam presentes no local no dia do crime. A defensora relatou que Matheus, ex-dependente químico, havia sido recentemente contratado e estava em período de experiência. A advogada enfatizou que nunca houve registros de agressões anteriores na clínica.

A Prefeitura de Cotia, por intermédio da Vigilância Sanitária, interditou a clínica na última terça-feira. Segundo o órgão, a unidade operava de forma clandestina, sem qualquer tipo de autorização para funcionamento. Além disso, foram identificados sinais de maus-tratos a outros pacientes durante a inspeção, iniciando um processo de profilaxia e avaliação dos internos para atendimento médico.

Este não é o primeiro caso envolvendo os proprietários da Comunidade Terapêutica Efata. Em 2019, Cleber Silva e Terezinha Conceição foram réus em um processo por maus-tratos contra quatro adolescentes internados em outra unidade gerida por eles. As acusações incluíam fornecimento de alimentação inadequada e obrigatoriedade de trabalho forçado. No entanto, o crime prescreveu, extinguindo a punibilidade.

O vídeo do crime, que circula nas redes sociais, mostra Jarmo com as mãos amarradas, preso a uma cadeira, enquanto quatro rapazes, incluindo Matheus, aparecem rindo da situação. Matheus admitiu ter agredido o paciente em um áudio enviado pelo WhatsApp, onde descreveu a violência que praticou;

“Cobri no cacete, cobri... chegou aqui na unidade... pagar de brabo... cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”, disse Matheus, segundo a delegacia que investiga o caso.

Em depoimento, ele afirmou ter usado força para conter o paciente, que estaria agitado.

Matheus passou por audiência de custódia e teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva, permanecendo detido sem prazo determinado para liberação. A Polícia Civil investiga a participação de outros funcionários da clínica e de possíveis terceirizados envolvidos na remoção do paciente. Os proprietários também serão interrogados para esclarecer os acontecimentos.

O caso destaca a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa sobre as clínicas de reabilitação, especialmente aquelas que atuam sem a devida regulamentação. A reincidência de maus-tratos por parte dos mesmos proprietários levanta preocupações sobre a eficácia das medidas punitivas e preventivas adotadas até o momento.



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