MCTI prioriza pesquisa e desenvolvimento de vacina nacional, enquanto Ministério da Saúde negocia compra de imunizante estrangeiro
Cientistas brasileiros trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o Mpox, buscando proteger a população e fortalecer a resposta nacional a futuras epidemias. |
Em um avanço promissor na luta contra o vírus Mpox, a vacina desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está prestes a entrar na fase final de testes em humanos. A equipe responsável está elaborando o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM), que será submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter a autorização necessária para iniciar os testes clínicos.
A notícia foi divulgada pela chefe da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota do CTVacinas, Karina Lourenço, que destacou a eficácia da vacina em pesquisas pré-clínicas, demonstrando ser "protetora e esterilizante". A vacina já vem sendo desenvolvida desde a primeira emergência global declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao Mpox, em 2022.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reconheceu a importância da pesquisa e incluiu o desenvolvimento da vacina contra o Mpox como uma das prioridades da Rede de Vírus, um comitê de especialistas em virologia criado para impulsionar o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos e vacinas contra vírus emergentes. O MCTI também ressaltou o apoio recebido do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, que forneceu à UFMG o material genético essencial para o desenvolvimento do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina.
Enquanto a vacina brasileira avança em seu desenvolvimento, o Ministério da Saúde anunciou que está negociando a compra de 25 mil doses da vacina Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. A Jynneos já foi aprovada para uso emergencial no Brasil pela Anvisa em 2023 e, desde então, o país já recebeu 47 mil doses e aplicou 29 mil.
A OMS reconhece a importância da vacinação na prevenção do Mpox e recomenda o uso da Jynneos, que se mostrou eficaz e segura, inclusive para grupos de risco como gestantes, lactantes e pessoas com HIV. A disponibilidade de uma vacina nacional contra o Mpox representaria um marco importante para o Brasil, garantindo maior autonomia e agilidade no combate a futuras epidemias.
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