Falta de respeito e empatia marcam o atendimento aos associados do Plano de Saúde
Desumanização nos corredores da saúde: um retrato da espera agonizante e da falta de empatia no atendimento aos idosos. |
No pitoresco cenário do posto de atendimento do Plano Santa Saúde, no Plaza Shopping, em Praia Grande, a triste realidade se desenrola diante dos olhos dos que ali buscam cuidados médicos: idosos, vulneráveis e em busca de auxílio, são submetidos a uma espera agonizante de até 60 minutos para receberem atenção das atendentes do convênio. Uma narrativa de desrespeito, desatenção e desumanização, manchando a reputação do Plano de Saúde Santa Casa de Santos.
Em tempos idos, tanto o Plano de Saúde quanto a própria Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Santos eram exemplos de compaixão e solidariedade para com aqueles que buscavam assistência médica. Entretanto, uma triste metamorfose parece ter ocorrido, transformando essas instituições outrora exemplares em meros reflexos de uma eficiência falha e desumana.
É válido relembrar, para os que talvez tenham esquecido, que a primeira Santa Casa do mundo viu a luz em 1498, em Lisboa, por iniciativa da Rainha Leonor de Lencastre, contando com o apoio espiritual de Frei Miguel de Contreiras. No Brasil, a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada por Braz Cubas em 1543, foi pioneira como o primeiro hospital do país. Tais instituições carregavam consigo o peso histórico de uma tradição de cuidado e acolhimento aos necessitados.
Nesta terça-feira (09), por volta das 10:00, uma idosa de 75 anos, cuja identidade será preservada, aguardou pacientemente por 49 minutos apenas para requisitar a autorização de um exame. Outra idosa, desta vez com 78 anos, viu-se compelida a esperar 40 minutos para simplesmente retirar uma guia já previamente autorizada. Enquanto isso, nos corredores, um cenário paradoxal se apresenta: uma profusão de funcionários e guichês, entretanto, muitos desses funcionários se entregam a conversas descontraídas, enquanto guichês permanecem vazios.
Esta situação se apresenta como uma afronta para aqueles que, muitas vezes, sacrificam parte significativa de sua renda para ter acesso a um atendimento que, ao invés de ser atencioso e respeitoso, se mostra procrastinador e indiferente. É inadmissível que em pleno século XXI, em uma instituição que carrega consigo a responsabilidade de cuidar da saúde e bem-estar de seus associados, fatos como estes se perpetuem.
Urge a necessidade de um intenso programa de treinamento para os funcionários, visando capacitá-los a lidar com pessoas que, além da avançada idade, encontram-se doentes e fragilizadas. Somente através de uma mudança estrutural e cultural, baseada na empatia e no respeito ao próximo, será possível resgatar o legado de humanidade que, em tempos passados, norteava o funcionamento dessas nobres instituições.
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