Transferência do atendimento para o Iate Clube provoca filas, bloqueios no benefício e revolta entre moradores que dependem do auxílio para sobreviver
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Iate Clube de Itanhaém, onde o atendimento para regularizar o Cadastro Único e evitar o bloqueio do Bolsa Família foi transferido. Foto: Reprodução/Google Maps. |
Moradores de Itanhaém enfrentam uma crise inesperada no acesso ao Bolsa Família. Uma mudança no local de atendimento do Cadastro Único (CadÚnico) realizada pela Prefeitura gerou uma série de transtornos e deixou centenas de famílias com o benefício bloqueado.
A decisão da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de transferir os atendimentos dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), espalhados pelos bairros, para o Iate Clube, localizado na Praia dos Pescadores, provocou um efeito contrário ao que era esperado. O que deveria ser uma centralização para facilitar a vida dos beneficiários se transformou em um obstáculo.
Desde a mudança, moradores relatam imensas dificuldades para agendar atendimentos e regularizar seus cadastros. A falta de estrutura no novo local resultou em filas que começam ainda durante a madrugada. Muitos beneficiários afirmam que, mesmo após várias tentativas de agendamento, não conseguem vaga.
O resultado imediato foi o bloqueio de centenas de benefícios. Famílias que dependem do Bolsa Família para garantir alimentação e outras despesas básicas estão há mais de 90 dias sem receber os valores. A situação tem gerado apreensão e desespero, especialmente entre os que têm crianças e idosos em casa.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), quando o bloqueio é motivado por pendências cadastrais, os pagamentos podem ser regularizados com direito ao retroativo, desde que a atualização dos dados seja feita dentro do prazo. No entanto, a análise de cada caso é feita diretamente pelo sistema federal, após a atualização ser efetivada pelo município.
Além da dificuldade para agendar e da longa espera, beneficiários apontam problemas estruturais no novo espaço de atendimento. Há queixas de falta de acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência, além da ausência de cobertura adequada para proteção contra sol e chuva durante a espera.
Moradores também denunciam a falta de informações claras sobre os procedimentos necessários para a atualização cadastral. Não há previsão oficial para a normalização do atendimento ou para o retorno das atividades aos CRAS nos bairros.
Responsável pela gestão do serviço, a Prefeitura de Itanhaém tem a obrigação de garantir estrutura, organização e acesso aos beneficiários. Até o momento, não foram divulgadas medidas efetivas para resolver a situação.
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