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A nova rotina de Robinho na penitenciária: Um paradigma de reintegração ou um privilégio?

 O cotidiano do ex-jogador na prisão inclui atividades educativas e recreativas, levantando debates sobre o sistema penitenciário brasileiro

Robinho, ex-jogador de futebol, em fotografia na penitenciária de Tremembé, onde cumpre pena por estupro coletivo.

Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, encontra-se encarcerado há dois meses na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. Condenado a nove anos de prisão pela Justiça Italiana por um estupro coletivo ocorrido em 2013, Robinho agora cumpre sua sentença no Brasil. A sua rotina na prisão revela um retrato ambíguo, que oscila entre a tentativa de reintegração e a percepção de privilégios oferecidos aos detentos famosos.

Desde o dia 21 de março, Robinho divide uma cela de 8 m² com outro preso. Apesar da gravidade do crime pelo qual foi condenado, ele tem aproveitado a estrutura do presídio para se engajar em atividades educativas e recreativas. Robinho matriculou-se em um curso profissionalizante de Eletrônica Básica, Rádio e TV, oferecido pelo Instituto Universal Brasileiro (IUB). Este curso, que pode ser realizado a distância com o auxílio de apostilas, tem uma carga horária de 600 horas e é destinado àqueles que desejam ingressar no mercado de eletrônica e consertos de rádio.

Além do curso de eletrônica, o ex-jogador participa de um clube de leitura na biblioteca da penitenciária, que movimenta cerca de 500 empréstimos de livros por mês, conforme informações da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Robinho também se inscreveu em cursos e oficinas oferecidos pela Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimental (Funap), que visam proporcionar aos presos oportunidades de capacitação e ressocialização.

A Lei de Execuções Penais brasileira prevê que cada 12 horas de frequência escolar ou de trabalho podem resultar na redução de um dia da pena. Portanto, as atividades educacionais e de capacitação profissional desempenham um papel crucial na possibilidade de abreviar o tempo de encarceramento de Robinho. Além de suas atividades escolares, o ex-jogador participa de práticas esportivas e, com o auxílio de outros detentos, conseguiu uma chuteira para voltar a jogar futebol.

A inserção de Robinho em atividades educacionais e recreativas levanta questões importantes sobre o tratamento de presos célebres no sistema penitenciário brasileiro. Enquanto a reintegração social e a educação dos detentos são princípios fundamentais de um sistema de justiça humanitário e progressista, a disparidade no acesso a essas oportunidades para a maioria dos presos comuns é gritante. 

O caso de Robinho destaca a dualidade do sistema: por um lado, mostra o potencial das atividades educativas para transformar e oferecer uma segunda chance aos detentos; por outro, expõe a desigualdade e a possível sensação de privilégio desfrutado por alguns presos em comparação com outros. Esta situação incita um debate necessário sobre a universalidade das oportunidades de reabilitação e a equidade no tratamento de todos os encarcerados.

A história de Robinho na prisão serve como um microcosmo das tensões e contradições inerentes ao sistema penitenciário. Ela nos obriga a refletir sobre as políticas de reintegração e sobre como garantir que todos os presos, independentemente de sua fama ou fortuna, tenham acesso a oportunidades justas e equivalentes de educação e capacitação profissional. Enquanto isso, Robinho segue cumprindo sua pena, imerso em um cotidiano que mescla aprendizado, leitura e futebol, buscando talvez um caminho para a redenção e a reintegração social.



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