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Greve no Santander: Lucros bilionários x reivindicações dos bancários

 Bancários de Santos paralisam agências do Santander contra a disparidade entre os lucros exorbitantes da instituição e as demandas dos trabalhadores

Bancários de Santos e região em protesto em frente à agência do Santander, reivindicando melhores salários e condições de trabalho.

A paralisação parcial das agências do Santander em Santos e região, ocorrida na última segunda-feira (26), trouxe à tona a crescente tensão entre os bancários e a instituição financeira. O estopim para a manifestação foi a brutal repressão policial, a mando do Santander, contra um protesto de bancários em São Paulo, no dia 22 de agosto. A truculência da ação, que deixou trabalhadores feridos, acendeu um alerta sobre a postura da instituição em relação aos seus funcionários.

O movimento grevista, liderado pelo Sindicato dos Bancários de Santos e Região, reivindica melhorias salariais e condições de trabalho mais justas. O sindicato argumenta que a proposta do banco, de um reajuste salarial que corresponde à reposição da inflação mais um aumento real de 5%, está muito aquém dos lucros recordes registrados pelo Santander.

Os números, de fato, impressionam. No primeiro semestre de 2024, os cinco maiores bancos do país acumularam um lucro líquido de R$ 60 bilhões, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Santander, sozinho, reportou um lucro líquido de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 14,3% na comparação anual.

Diante desse cenário, a proposta de reajuste salarial oferecida pelo banco soa como uma afronta aos trabalhadores. A categoria reivindica, além da reposição da inflação, um aumento real de 5%, melhorias nos valores de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), vale-alimentação, vale-refeição, auxílio-creche e auxílio-babá.

As demandas, no entanto, vão além das questões salariais. Os bancários também exigem o fim da gestão por metas abusivas, que tem levado ao adoecimento de muitos trabalhadores, e o reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual. A categoria também pleiteia o direito à desconexão fora do horário de trabalho, direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes, suporte aos pais e mães de filhos com deficiência, mais mulheres na área de TI, combate à terceirização e garantia de empregos, jornada de trabalho de quatro dias e ampliação do teletrabalho.

A greve dos bancários do Santander evidencia a crescente insatisfação da categoria com as condições de trabalho oferecidas pelo banco. A disparidade entre os lucros estratosféricos da instituição e a proposta de reajuste salarial, considerada insuficiente pelos trabalhadores, escancara a falta de reconhecimento e valorização do banco em relação aos seus funcionários. A truculência da repressão policial contra o protesto em São Paulo, por sua vez, expõe a face autoritária da instituição, que parece disposta a usar de todos os meios para silenciar as vozes dos trabalhadores.

A luta dos bancários do Santander é um reflexo da luta de milhares de trabalhadores brasileiros que, diante da ganância desenfreada do capital, se veem obrigados a lutar por seus direitos. A greve é um grito de resistência, um clamor por dignidade e respeito. É um lembrete de que, por trás dos números e dos lucros, existem pessoas que merecem ser tratadas com justiça e equidade.



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