Contrato curto e calendário apertado lançam dúvidas sobre o impacto real do craque na temporada do Peixe
Neymar em seu possível retorno ao Santos: um reencontro marcado pela efemeridade e pela incerteza. Foto: Reprodução/Internet. |
A iminente volta de Neymar ao Santos, embora carregada de simbolismo e expectativa para a torcida, apresenta um cenário complexo e repleto de condicionantes. A possibilidade, ainda em negociação, de um contrato curto, com duração até o final de junho, levanta questionamentos sobre a real influência do astro na temporada do clube. Uma análise fria dos fatos revela um panorama onde o tempo e o calendário se impõem como obstáculos à construção de um legado duradouro neste retorno.
Considerando a premissa de que Neymar rescinda seu vínculo com o Al-Hilal e inicie sua trajetória no Santos em fevereiro, o período disponível para o jogador em 2025 se resume a cinco meses. Dentro deste intervalo, a participação do craque ficaria restrita a competições com datas-limite pré-estabelecidas, como o Campeonato Paulista e o início do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
No Paulistão, a competição que teoricamente ocuparia a maior parte do tempo de Neymar em campo, a participação máxima do atleta estaria condicionada ao desempenho do Santos no torneio. Caso o Peixe avance até a final e Neymar atue em todas as partidas, o camisa 11 disputaria, no máximo, 11 jogos. Um número expressivo, sem dúvida, mas que representa apenas uma fração da temporada.
A situação se torna ainda mais delicada ao analisarmos a participação de Neymar nas outras competições. Na Copa do Brasil, o Santos inicia sua jornada na terceira fase. Mesmo que o time avance até as oitavas de final, o que representaria o limite da participação de Neymar no torneio devido à paralisação para o Mundial de Clubes, o craque disputaria um número limitado de partidas, provavelmente entre quatro e seis jogos, considerando confrontos de ida e volta.
No Campeonato Brasileiro, a principal competição nacional, a presença de Neymar seria ainda mais efêmera. Com a interrupção do torneio em meados de junho para a disputa do Mundial de Clubes, o atacante participaria de apenas 12 rodadas, o que corresponde a menos de um terço do campeonato. Uma contribuição pontual, que dificilmente seria suficiente para influenciar de forma decisiva a trajetória do Santos na competição.
A possibilidade de renovação do contrato até a Copa do Mundo de 2026, embora ventilada, depende de uma série de fatores externos, como o interesse de outros clubes, o aporte financeiro de patrocinadores e até mesmo a eventual transformação do Santos em SAF, com a possível participação do pai de Neymar, Neymar da Silva Santos.
Diante deste cenário, a volta de Neymar ao Santos, embora carregada de emoção e expectativa, se apresenta como um retorno marcado pela efemeridade. O tempo curto de contrato e o calendário apertado limitam a participação do jogador nas competições e lançam dúvidas sobre o impacto real de sua presença na temporada do Peixe. Resta saber se este retorno será apenas um breve capítulo na história do craque com o clube ou o início de uma nova era.
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