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Crueldade em Guarujá: Cafetão e gerente escravizam mulheres, incluindo adolescente, em covil de exploração

Prisão em flagrante revela esquema cruel com jornadas exaustivas, violência e condições degradantes; vítimas eram mantidas reféns e exploradas financeiramente

Interior da residência na Vila Santo Antônio, em Guarujá, onde cafetão e gerente foram presos por manterem mulheres em cárcere privado para exploração sexual. Foto: Reprodução/Redes Sociais.


Um homem de 41 anos e uma mulher de 22 foram detidos na noite da última segunda-feira (17) na Vila Santo Antônio, em Guarujá, sob a acusação de manterem oito mulheres, incluindo uma adolescente de apenas 16 anos, em regime de escravidão sexual. A prisão em flagrante expôs um esquema abjeto de exploração, onde as vítimas eram submetidas a condições desumanas e jornadas de trabalho extenuantes.

Segundo o boletim de ocorrência, o casal impunha às mulheres rotinas de trabalho que chegavam a 18 horas diárias, das 10h às 4h, privando-as de descanso e liberdade. A denúncia revela um cenário de terror, onde as vítimas eram forçadas a permanecer nuas dentro da residência, sofriam com a falta de alimentação adequada e eram negligenciadas em suas necessidades básicas de higiene.

A crueldade dos exploradores se estendia à imposição de metas abusivas – seis programas por dia e 90 a cada quinze dias – para que as mulheres pudessem receber o valor integral de R$ 6 mil quinzenais. Caso não atingissem essa marca, o pagamento era drasticamente reduzido para R$ 3 mil, e ainda eram obrigadas a pagar três dias de trabalho à casa, evidenciando a ganância e a total falta de empatia dos criminosos.

A situação de desespero e opressão culminou com a coragem de uma das vítimas, que, contratada para o local há cerca de dez dias, conseguiu denunciar o esquema às autoridades. Seu relato detalhou as condições deploráveis a que eram submetidas, incluindo a obrigação de trabalhar mesmo durante o período menstrual e a proibição de recusar clientes, expondo a completa subjugação a que eram forçadas. A vítima relatou ainda a insalubridade do local, onde, em muitas ocasiões, as mulheres eram obrigadas a fazer suas necessidades fisiológicas em sacolas devido às condições precárias do banheiro. Além disso, eram punidas e multadas caso fossem agredidas por clientes e saíssem dos quartos, demonstrando a inversão de valores e a total ausência de proteção por parte dos exploradores.

Após receberem a denúncia, policiais civis da Delegacia Sede de Guarujá se dirigiram ao local indicado, na Rua Manoel Cabral, encontrando o portão entreaberto, o que facilitava a entrada de clientes. No interior da residência, os agentes localizaram o homem apontado como cafetão, que permitiu a entrada da equipe e acompanhou a vistoria. Durante a inspeção, foram encontradas as oito mulheres, que confirmaram realizar serviços sexuais no local. A operação policial resultou na apreensão de 11 aparelhos celulares, máquinas de cartão de crédito e débito, dinheiro em diversas moedas (reais, dólares e euros), cadernos de anotações e contratos, evidenciando a organização e a lucratividade do esquema criminoso.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-SP) informou que a ocorrência foi registrada como furto de energia elétrica, rufianismo e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável, sendo o caso agora investigado pela Delegacia de Guarujá.

A preservação de mais detalhes se deve à natureza delicada da ocorrência e ao envolvimento de uma menor de idade, o que exige ainda mais rigor e atenção por parte das autoridades para garantir a proteção das vítimas e a devida responsabilização dos criminosos. Este caso escabroso serve como um lembrete sombrio da persistência da exploração sexual e da importância da vigilância e da ação policial para erradicar essas práticas repugnantes da sociedade.


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