Casal aproveitava a praia quando foi brutalmente atropelado; motorista fugiu, agravando a tragédia e gerando clamor por justiça
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Cena da praia de Maitinga, em Bertioga, onde um casal foi atropelado por uma caminhonete enquanto descansava na areia. Foto: Reprodução/Guia Bertioga/Ignacio Aronovich. |
A ensolarada tarde de sábado (15/3) na aprazível praia de Maitinga, em Bertioga, transformou-se abruptamente em cenário de dor e indignação. Um casal de turistas da capital, em busca de descanso e da brisa marítima, teve seu momento de serenidade brutalmente interrompido por uma caminhonete desgovernada. A cena, que deveria ser um retrato de tranquilidade à beira-mar, converteu-se em um chocante registro da imprudência e da vulnerabilidade de quem busca refúgio nas belezas naturais.
O incidente, ocorrido em frente ao Sesc Bertioga, envolveu uma mulher de 26 anos e um homem de 28, ambos residentes na metrópole paulistana. De acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), o veículo realizava uma manobra nas proximidades de um trailer quando, por motivos ainda obscuros, perdeu o controle, invadindo a faixa de areia e atingindo as vítimas que repousavam despreocupadamente.
O impacto da tonelada de metal sobre os corpos indefesos resultou em ferimentos graves. O homem, cuja identidade não foi divulgada, foi socorrido em estado crítico e encaminhado para o pronto-socorro local, onde luta pela vida. Sua companheira, por sua vez, sofreu múltiplas fraturas, incluindo fêmur, bacia e um dos braços, um testemunho da violência do atropelamento. O socorro imediato, prestado pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros, minimizou o sofrimento inicial, mas não apaga a dimensão da tragédia.
A conduta do motorista da caminhonete, identificado pelas autoridades, adiciona uma camada de controvérsia e revolta ao episódio. Após o atropelamento, o condutor optou pela fuga, omitindo-se do dever elementar de prestar socorro às vítimas que jaziam feridas na areia. A justificativa apresentada posteriormente por seu advogado, alegando temor de represálias, soa como uma tentativa pífia de atenuar a gravidade de sua omissão. Em um Estado de Direito, a busca por segurança pessoal não pode se sobrepor à obrigação legal e moral de auxiliar aqueles que foram vítimas de um ato causado por sua condução.
A ausência de barreiras físicas ou sinalização mais ostensiva que impeçam o acesso de veículos à faixa de areia em áreas de grande circulação de pedestres levanta questionamentos sobre a segurança dos frequentadores da praia. A cena de uma caminhonete transitando tão próximo à área de lazer, realizando manobras arriscadas, escancara uma negligência que coloca em risco a integridade física de turistas e moradores. A praia, por natureza, deveria ser um espaço de relaxamento e convívio seguro, e não um cenário onde a imprudência motorizada ceifa a tranquilidade e causa lesões tão severas.
O caso, registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e fuga de local de acidente na Delegacia de Bertioga, segue sob investigação. No entanto, a frieza dos termos jurídicos não consegue traduzir a angústia e o sofrimento das vítimas e seus familiares. A expectativa é que a justiça seja célere e rigorosa, não apenas punindo o responsável pela negligência, mas também servindo de alerta para que medidas preventivas sejam implementadas, evitando que outras tardes de sol se transformem em pesadelos à beira-mar.
A irresponsabilidade ao volante, potencializada pela falta de fiscalização e infraestrutura adequada, deixa marcas profundas e expõe a fragilidade da vida em momentos de lazer.
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