Ação conjunta da CPFL Piratininga e Polícia Civil flagra desvio de eletricidade em série; proprietários de seis estabelecimentos foram autuados e conduzidos à DP
Uma operação de grande envergadura deflagrada na manhã desta sexta-feira (21) pela CPFL Piratininga, em colaboração com a Polícia Civil, revelou um cenário alarmante de furto de energia elétrica no coração do Balneário Esmeralda, em Praia Grande. A ação, batizada extraoficialmente de "apagão" por fontes ligadas à investigação, identificou graves irregularidades nas instalações de nada menos que seis estabelecimentos comerciais, incluindo adegas, lojas e barbearias, expondo um esquema que lesa não apenas a concessionária, mas toda a coletividade de consumidores.
As equipes técnicas da distribuidora de energia, acompanhadas de perto por agentes da Polícia Civil, realizaram inspeções minuciosas nas unidades suspeitas, confirmando as denúncias que indicavam o desvio ilícito de eletricidade. Em todos os seis locais, foram constatadas intervenções irregulares nos medidores de consumo, popularmente conhecidas como “gatos”, que permitiam o uso da energia sem o devido registro e, consequentemente, sem o pagamento da tarifa correspondente.
A magnitude do prejuízo causado por essas fraudes ainda está sendo apurada, mas estima-se que os valores desviados ao longo do tempo possam ser significativos. A CPFL Piratininga informou que todas as medições foram imediatamente regularizadas e que um cálculo detalhado da energia furtada será realizado para que os responsáveis sejam devidamente cobrados. A conta, além de incluir o valor retroativo da energia consumida ilegalmente, será acrescida de multas pesadas, conforme previsto na legislação.
Apesar da aparente sofisticação de algumas das manobras utilizadas para burlar o sistema de medição, a ação conjunta demonstrou a eficácia da fiscalização e a determinação das autoridades em combater esse tipo de crime. Quatro dos proprietários dos estabelecimentos flagrados foram conduzidos à delegacia da Polícia Civil para prestar depoimento e poderão responder criminalmente por furto qualificado e outros delitos relacionados. As investigações prosseguirão para identificar se há outros envolvidos no esquema e qual a extensão total da fraude.
A crítica nesse contexto reside na constatação de que o furto de energia, embora praticado por alguns indivíduos, acarreta um impacto financeiro direto para toda a sociedade. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permite que as distribuidoras incluam parte dos prejuízos decorrentes das chamadas “perdas comerciais” – que englobam o furto e a inadimplência – nas tarifas cobradas dos consumidores durante os processos de revisão tarifária. Em outras palavras, a energia que não é paga por fraudadores acaba sendo, de alguma forma, diluída e cobrada dos consumidores honestos, encarecendo a conta de luz de todos.
Essa prática, embora legalmente amparada, suscita um debate sobre a justiça e a equidade do sistema. Enquanto alguns poucos se beneficiam ilegalmente do consumo de energia, a grande maioria da população arca com as consequências financeiras dessa conduta criminosa. A expectativa é que operações como essa se tornem cada vez mais frequentes, desestimulando a prática ilegal e contribuindo para um sistema energético mais justo e eficiente.
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