Incidente em loja na Avenida Ana Costa mobiliza Guarda Municipal e gera tumulto após segurança ser alvo de ofensas; caso é investigado pela Polícia Civil
Um episódio de tensão marcou a noite do último domingo (6) em um estabelecimento comercial localizado na movimentada Avenida Ana Costa, no bairro Gonzaga, em Santos. Um homem foi conduzido à delegacia após ser acusado de proferir ofensas racistas e agredir fisicamente um segurança da loja. O conflito, segundo relatos registrados em boletim de ocorrência, teve início por um motivo prosaico: a inexistência de um banheiro disponível para uso dos clientes no local.
De acordo com as informações apuradas, um casal demonstrou grande insatisfação ao ser informado sobre a falta de sanitários na loja. A frustração rapidamente evoluiu de uma reclamação para uma discussão acalorada com um funcionário responsável pela segurança do estabelecimento. Testemunhas relatam que o desentendimento verbal escalou para agressões físicas mútuas.
No ápice da altercação, o segurança alega ter sido vítima não apenas de agressão corporal, mas também de injúria racial por parte do cliente. As supostas ofensas de cunho discriminatório teriam sido proferidas durante o confronto, configurando crime previsto na legislação brasileira.
O incidente atraiu a atenção de diversas pessoas que estavam nas proximidades, gerando grande comoção e revolta. Populares se aglomeraram em volta do local e cercaram o casal envolvido na confusão, criando um cenário de tumulto que exigiu intervenção das forças de segurança.
Uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos, que realizava patrulhamento de rotina pela área, percebeu a agitação ou foi acionada e prontamente interveio para conter os ânimos e restabelecer a ordem. Os agentes da GCM foram os responsáveis por abordar os envolvidos e iniciar os procedimentos cabíveis.
Diante da gravidade dos fatos relatados, todas as partes – o segurança e o casal – foram encaminhadas à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. Na unidade policial, prestaram depoimentos formais à autoridade policial de plantão, detalhando suas versões sobre o ocorrido. Após os procedimentos legais e a coleta de informações, todos foram liberados. Como parte da investigação, foi requisitada a realização de exame de corpo de delito para os envolvidos, a fim de documentar oficialmente eventuais lesões resultantes das agressões.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou o registro oficial da ocorrência. O caso foi tipificado pela polícia como injúria, injúria racial e lesão corporal. A vítima, o segurança da loja, recebeu orientação sobre o prazo legal de seis meses para apresentar a representação criminal contra o agressor. Esta manifestação formal por parte do ofendido é uma condição necessária para que o Ministério Público possa oferecer denúncia e dar prosseguimento à ação penal, especialmente nos crimes de injúria e lesão corporal leve. A injúria racial é crime inafiançável e imprescritível desde recentes alterações legislativas, equiparado ao racismo.
A rede de lojas Americanas, onde o fato ocorreu, posicionou-se oficialmente por meio de nota. A empresa declarou que "repudia qualquer tipo de violência ou ato discriminatório dentro ou fora de seus ambientes". Informou ainda que acionou a polícia assim que o incidente começou e colaborou registrando o boletim de ocorrência. A companhia finalizou o comunicado assegurando que "segue à disposição das autoridades para auxiliar na elucidação do caso".
As investigações seguem em andamento na Polícia Civil para apurar detalhadamente as circunstâncias do conflito, ouvir eventuais novas testemunhas e determinar as responsabilidades criminais do indivíduo acusado pelas agressões e ofensas raciais.
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