ESCÂNDALO! Lesionado e fora de combate, "dicas" do craque viram PÓLVORA nos bastidores e IRRITAM até aliados. A bomba está prestes a explodir?
Em um esporte onde a presença física é, por definição, essencial, emerge uma figura quase etérea, um espectro onipresente no noticiário, mas assiduamente ausente dos relvados onde a magia (supostamente) acontece. Falamos de Neymar Jr., o camisa 10 que, nos últimos tempos, parece mais um comentarista de luxo, um estrategista de poltrona, do que o protagonista decisivo que o mundo se acostumou a ver – ou que ainda espera ver.
A relação do craque com o departamento médico tornou-se uma saga à parte, um folhetim médico-esportivo que rivaliza em capítulos com as melhores novelas. Lesões, recuperações, novas lesões... um ciclo vicioso que o mantém longe da bola, seja nos gramados europeus, nos desafios árabes, ou, crucialmente, nos compromissos da Seleção Brasileira. O torcedor, esse ser passional por natureza, oscila entre a compaixão "pelazares" do ídolo e uma crescente impaciência. Afinal, de que serve um violino Stradivarius guardado na caixa, acumulando poeira e suspiros de "e se"?
Contudo, a ausência física de Neymar parece inversamente proporcional à sua presença midiática e, dizem as más línguas (e algumas nem tão más assim), à sua influência nos bastidores. Enquanto a fisioterapia consome suas horas, seus "pitacos", conselhos e opiniões parecem viajar mais rápido que seus dribles de outrora. Seja sobre escalações, estratégias de jogo ou até mesmo o futuro de técnicos e colegas, a sombra de Neymar paira, alimentando a fogueira das vaidades e das incertezas que permeiam o ambiente futebolístico.
É o paradoxo do jogador que não joga, mas participa. Que não sua a camisa em campo, mas faz suar dirigentes e comissões técnicas com sugestões e observações, propagadas por vezes diretamente, por outras através do intrincado jogo de influências que cerca um astro de sua magnitude. Uma espécie de "consultoria informal" não solicitada, que pode soar como apoio para uns, mas como indevida ingerência para outros, especialmente quando as coisas não vão bem dentro das quatro linhas – situação que, convenhamos, tem sido recorrente nos times por onde a ausência de Neymar se faz notar.
A ironia suprema reside no fato de que, enquanto o debate ferve sobre suas condições físicas e seu comprometimento, o próprio Neymar parece flutuar acima da refrega, distribuindo conselhos com a tranquilidade de quem observa a batalha do alto de uma montanha – ou de uma maca de fisioterapia. Há quem veja nisso a marca de um líder preocupado, mesmo à distância. Há quem enxergue, com uma ponta de sarcasmo e talvez de razão, a figura do "cunhado dando palpite no churrasco alheio", com a diferença de que este churrasco movimenta milhões e paixões.
O cenário remete, guardadas as devidas proporções, a outras praças onde a pressão ferve e a paciência do torcedor se esgota, como visto recentemente em episódios de descontentamento explícito em outros clubes brasileiros. A ausência de resultados, combinada à percepção de que vozes externas (mesmo que ilustres) podem estar adicionando ruído em vez de solução, cria um caldo cultural propenso a manifestações extremas de frustração.
No fim das contas, o futebol brasileiro e mundial aguarda ansiosamente pelo retorno do Neymar jogador, aquele capaz de resolver partidas com um lampejo de genialidade. Enquanto isso não acontece, resta conviver com o Neymar "palpiteiro", figura que, entre uma sessão de recuperação e uma postagem enigmática nas redes sociais, parece mais interessado em reger a orquestra do que em solar seu instrumento principal. A questão que fica, com um travo de humor negro, é se a orquestra realmente precisa de um maestro que só aparece no telão. O campo, esse juiz implacável, segue esperando uma resposta que vá além das palavras.
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