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Educação em crise: Professores de São Vicente intensificam greve por valorização salarial

Categoria reivindica correção inflacionária e plano de recuperação, enquanto prefeitura alega descumprimento de ordem judicial e ausência em conciliação

Educadores de São Vicente protestam por reajuste salarial e melhores condições de trabalho durante greve da categoria. Foto: Reprodução/Sintramem.

A Greve dos servidores da educação municipal de São Vicente ganha novos capítulos nesta sexta-feira (4), com a programação de mais duas manifestações pela categoria. A mobilização, que busca pressionar a administração municipal por melhores condições salariais e de trabalho, reflete um impasse crescente entre os educadores e o poder público, agora mediado também por decisões judiciais.

Os locais escolhidos para os protestos desta sexta-feira são o teleférico da cidade, às 8h, e a frente do Paço Municipal, às 13h, repetindo o local da primeira grande concentração ocorrida na manhã de quinta-feira (3). Naquela ocasião, aproximadamente 500 professores marcaram presença, demonstrando a força do movimento. Ainda na quinta, durante a tarde, os servidores em greve dirigiram-se à Câmara Municipal na tentativa de estabelecer um diálogo com os vereadores e buscar apoio para suas causas.

No cerne da questão está a pauta de reivindicações apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem). Os educadores pleiteiam uma correção salarial de 4,82%, correspondente às perdas inflacionárias, um plano de recuperação salarial que contemple as defasagens acumuladas nos anos de 2021 a 2023, e, adicionalmente, um aumento nos valores da cesta básica e do auxílio educação. Essas demandas, argumentam, são essenciais para a valorização de uma categoria que lida com a imensa responsabilidade de formar cidadãos, mas que se sente desvalorizada financeiramente.

A decisão pela greve foi tomada em assembleia após a rejeição da proposta apresentada pela Prefeitura de São Vicente. A administração municipal ofereceu um reajuste de 3,5%, o que, segundo cálculos apresentados, representaria um incremento de apenas R$ 0,80 no valor da hora/aula dos professores. Considerada insuficiente pela categoria, a proposta foi recusada, e, diante da alegação de que a prefeitura não deu seguimento às negociações, os trabalhadores optaram pela paralisação das atividades.

O conflito, no entanto, extrapolou a esfera da negociação direta e chegou ao Judiciário. Uma decisão judicial indeferiu o pedido de paralisação total das atividades, determinando que 70% do quadro docente permanecesse trabalhando nas unidades escolares do município para garantir um serviço mínimo à população.

Em um novo desdobramento, a Prefeitura de São Vicente emitiu um comunicado no final da tarde de ontem, quinta-feira, acusando o Sintramem de descumprir a determinação judicial ao não manter o percentual mínimo de profissionais em atividade. Além disso, a administração municipal informou que o sindicato não compareceu a uma audiência de conciliação agendada para a mesma tarde no Tribunal, apesar de, segundo a nota, ter sido devidamente intimado.

A prefeitura argumenta que a ausência dos representantes sindicais na audiência prejudica as tratativas para uma resolução pacífica e negociada do impasse, impedindo discussões importantes sobre eventuais descontos por faltas e a necessária reposição das aulas perdidas, visando minimizar os prejuízos aos alunos. A gestão municipal encerrou sua nota ressaltando o empenho em solucionar a situação, mas ponderando a necessidade de agir dentro dos limites da responsabilidade fiscal e das verbas disponíveis para o ano corrente, sem comprometer outros investimentos previstos para a educação vicentina.

O cenário, portanto, é de tensão e incerteza. De um lado, educadores mobilizados que se sentem desrespeitados em suas demandas por reconhecimento e condições dignas; de outro, uma administração municipal que alega restrições orçamentárias e acusa o sindicato de intransigência e descumprimento legal. Enquanto não se encontra um ponto de equilíbrio, a educação na cidade segue impactada, aguardando os próximos passos desta complexa negociação.



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