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Escalada de violência em supermercado: Crianças são agredidas ao defenderem pai idoso e deficiente de humilhação em Mongaguá

Incidente no Mercadão Atacadista expõe alegada falha de segurança após agressores fugirem de custódia interna

Fachada da unidade do Mercadão Atacadista em Mongaguá, palco de um lamentável episódio de agressão contra um idoso com deficiência e seus filhos adolescentes, levantando debates sobre a segurança no local. Foto: Reprodução/Internet.

Um episódio de extrema violência marcou o final de tarde da última quinta-feira (17) em Mongaguá, reacendendo preocupações sobre a segurança de clientes em estabelecimentos comerciais da região. Um aposentado de 60 anos, portador de deficiência em uma das pernas, e sua família foram alvos de injúrias e agressões físicas dentro da unidade do Mercadão Atacadista, localizada na Avenida Monteiro Lobato, bairro Vila Atlântica. Seus filhos adolescentes, uma menina de 16 anos e um menino de 13, sofreram lesões ao tentarem protegê-lo.

O conflito, segundo relato da vítima – que prefere não ser identificada por razões de segurança –, teve início por volta das 18h, na fila preferencial do caixa. O aposentado conta que foi interpelado por um grupo que questionou sua presença ali. Mesmo apresentando sua carteira de identificação de pessoa com deficiência, ele relata ter sido alvo de deboches e ofensas degradantes. "Ficaram debochando da minha cara, me xingando de aleijado. Aí, depois, eles falaram bem alto: 'Chama a polícia aí para esse pobre, para esse aleijado'. Aquilo ali pra mim foi inacreditável", desabafou o idoso, descrevendo a humilhação sofrida.

Na tentativa de evitar uma escalada na tensão, o aposentado afirma que já estava se retirando da fila preferencial. "Eu estava indo para outra fila. Para mim, não interessa se a fila era preferencial ou não. Eu não ligo para isso", relatou. Contudo, a situação deteriorou-se rapidamente quando sua filha de 16 anos interpelou um dos homens sobre a motivação das injúrias. Nesse momento, de acordo com o pai, um indivíduo não identificado empurrou a jovem ao chão e a chutou, causando-lhe lesões na perna. Ato contínuo, o mesmo agressor teria partido em direção ao aposentado, sendo impedido por seu filho de 13 anos, que, na intervenção, foi atingido por um soco no olho.

A dinâmica subsequente levanta sérios questionamentos sobre os protocolos de segurança do estabelecimento. Conforme a narrativa do aposentado, os homens envolvidos nas agressões foram contidos inicialmente por repositores do mercado – e não pela equipe de segurança, cuja atuação no momento é descrita pela vítima como ineficaz ou ausente – e levados para uma sala nos fundos da loja. Uma responsável pela unidade teria assegurado à família que as portas seriam trancadas para impedir a fuga dos suspeitos enquanto aguardavam a chegada da Polícia Militar. "Ele (funcionário) prometeu para nós. Pediu que a gente ficasse calmo e esperasse a polícia chegar, que eles (agressores) já estavam lá nos fundos, que não iam escapar", contou a vítima.

Entretanto, a promessa não se concretizou. "Aí, quando a polícia chegou, já veio um outro (funcionário) e disse que, infelizmente, eles fugiram", acrescentou o aposentado, expressando profunda frustração com a falta de amparo por parte do supermercado. "O mercado sequer se manifestou para nada. Eu acho um absurdo", lamentou. A percepção de vulnerabilidade e a aparente falha na contenção dos agressores dentro das dependências da loja alimentam críticas recorrentes sobre a efetividade das medidas de segurança adotadas pela rede na Baixada Santista, onde incidentes anteriores já suscitaram debates sobre se a segurança presente seria mais protocolar do que efetivamente dissuasória ou reativa.

A vítima manifestou a intenção de registrar representação criminal contra os agressores, ainda desconhecidos, e também contra o Mercadão Atacadista pela alegada negligência. "Você ter uma deficiência, ter a idade que eu tenho e passar pela humilhação que eu passei é muito triste. E sem nenhum motivo", disse, visivelmente abalado. Informações registradas em boletim de ocorrência indicam que uma mulher pertencente ao grupo dos agressores teria mencionado que o homem responsável pelas agressões estaria emocionalmente fragilizado pela perda recente de um irmão.

Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil como crimes de injúria e lesão corporal. A pasta corroborou a informação de que funcionários do estabelecimento conduziram o agressor para os fundos da loja, mas que os suspeitos conseguiram evadir-se antes da chegada da viatura policial. As vítimas, segundo a SSP-SP, foram encaminhadas para atendimento médico no pronto-socorro municipal e o caso foi devidamente registrado na delegacia de Mongaguá.

O desfecho do incidente, com os agressores foragidos e uma família traumatizada, deixa em aberto a discussão sobre a responsabilidade dos estabelecimentos comerciais na garantia de um ambiente seguro para seus frequentadores.



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