Baixada Santista registra 15 mortes e mais de 16 mil casos confirmados, expondo a negligência crônica no combate ao mosquito Aedes aegypti
A Baixada Santista vive um momento alarmante com a epidemia de dengue se alastrando de forma avassaladora. A cidade de Santos, renomada por seu porto e atrativos turísticos, registrou a primeira morte do ano pela doença, elevando a um nível de urgência o debate sobre saúde pública na região. A vítima, um idoso de 73 anos, teve o diagnóstico de dengue tipo 1 confirmado por exame laboratorial PCR positivo, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, referência em análises laboratoriais.
Até o momento, a dengue já ceifou 15 vidas na Baixada Santista, destacando a gravidade da situação. Além de Santos, as cidades de São Vicente e Mongaguá também confirmaram recentemente óbitos pela doença. Em São Vicente, um idoso de 70 anos sucumbiu à enfermidade após internação no Pronto-Socorro Central, enquanto em Mongaguá, uma jovem de 28 anos do bairro Jussara foi a vítima mais recente.
O painel de monitoramento do governo estadual revelou números alarmantes: 16.570 casos confirmados de dengue até a manhã desta segunda-feira, abrangendo todos os municípios da Baixada Santista. A seguir, detalham-se os casos e óbitos em cada cidade:
-Bertioga: 2.071 casos, 1 óbito.
- Cubatão: 63 casos, 1 óbito.
- Guarujá: 6.340 casos, 3 óbitos confirmados e 2 em investigação.
- Itanhaém: 2.854 casos, 3 óbitos confirmados e 2 em investigação.
- Mongaguá: 404 casos, 2 óbitos confirmados e 1 em investigação.
- Peruíbe: 1.251 casos, 2 óbitos confirmados e 4 em investigação.
- Praia Grande: 798 casos e 3 óbitos em investigação.
- Santos: 2.216 casos, 1 óbito confirmado e 4 em investigação.
- São Vicente: 573 casos, 2 óbitos confirmados e 3 em investigação.
A propagação desenfreada da dengue na região exige uma resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde. No entanto, o que se observa é uma série de medidas reativas, ao invés de uma política preventiva robusta e contínua. A adoção de protocolos estabelecidos pelo governo do estado, como a realização de exames laboratoriais apenas em casos de internações e óbitos suspeitos, revela-se insuficiente frente ao surto desenfreado.
A situação é agravada por um conjunto de fatores que incluem desde a urbanização desordenada até as deficiências no manejo de resíduos sólidos, que criam condições propícias para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A população, em meio ao medo e à desinformação, enfrenta dificuldades para compreender e adotar medidas preventivas eficazes, o que amplia ainda mais a vulnerabilidade das comunidades.
Neste contexto, é imperativo que os gestores públicos, em todas as esferas de governo, adotem uma postura proativa e integrada para combater a dengue. Isso inclui intensificar campanhas educativas, melhorar a infraestrutura de saneamento básico, e promover ações coordenadas de controle do vetor.
Além disso, a transparência e a comunicação clara com a população são essenciais para a construção de uma cultura de prevenção e para evitar a propagação de boatos e desinformações que possam agravar ainda mais a situação.
A Baixada Santista, um polo turístico e econômico de relevância nacional, não pode continuar à mercê de surtos epidêmicos que poderiam ser evitados com planejamento e ações assertivas. A vida de seus cidadãos deve ser prioridade absoluta, e a resposta à crise da dengue será um indicativo claro da capacidade de gestão e do compromisso das autoridades com a saúde pública. O momento exige seriedade, responsabilidade e, acima de tudo, ação efetiva para evitar que mais vidas sejam tragicamente perdidas.
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