Sob a gestão da SPDM e da prefeitura, Pronto Socorro Central nega atendimento e segurança escolta paciente em estado grave para fora das dependências
Homem em situação de rua, gravemente ferido, foi abandonado após ter atendimento negado no PS Central de Praia Grande. |
Em um episódio que escancara a falência da gestão municipal de Praia Grande e da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) na administração da saúde pública, um homem em situação de rua foi abandonado sem atendimento adequado no Pronto Socorro (PS) Central da cidade. A situação expõe uma realidade cruel e negligente, onde a vida de um cidadão vulnerável foi tratada com total descaso.
Na última quinta-feira, dia 21, por volta das 10 horas, uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb) encontrou o homem gravemente ferido e doente, abandonado na lateral de uma adega na Avenida Guilhermina. Este cidadão havia buscado ajuda no PS Central no dia anterior, mas, em vez de receber atendimento médico, foi retirado por (pasmem!) seguranças e deixado à própria sorte.
A Guarda Civil Municipal (GCM), que também participa da Operação Apollo – uma ação que visa abordar e orientar pessoas em situação de rua –, confirmou que o homem esteve no hospital na quarta-feira, dia 20. Testemunhas, que preferiram não se identificar, relataram que ele foi expulso do PS por ordens superiores, um ato que ilustra a desumanização e a incompetência presentes na administração da saúde pública local.
A GCM registrou um boletim de ocorrência não criminal, levantando questionamentos sobre a impunidade e a falta de seriedade no trato desse caso. O que deveria ser tratado como um crime grave foi relegado a um mero incidente administrativo, demonstrando um descompromisso alarmante com a justiça e os direitos humanos. A omissão de socorro, claramente evidenciada, foi tratada com uma leviandade que choca qualquer cidadão consciente.
Imagens do Centro Integrado de Comando e Operações Especiais (Cicoe) capturaram os momentos em que os seguranças do PS Central conduziram o homem para fora do hospital, mas essas evidências não foram disponibilizadas para a imprensa, reforçando a opacidade e a falta de transparência da atual administração. A alegada comoção da médica, que deveria ter sido detida em flagrante por negligência, é um retrato da desorganização e do medo instaurados entre os profissionais da saúde, que atuam sem suporte adequado e sob ameaças veladas de represálias.
A vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exames, devido à gravidade dos ferimentos, mas o silêncio das autoridades municipais e da SPDM sobre o ocorrido é ensurdecedor. A falta de uma posição oficial revela a inaptidão e a insensibilidade das entidades responsáveis pela saúde pública de Praia Grande, que falham em garantir o mínimo de dignidade e assistência aos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.
Este lamentável episódio deve servir como um alerta para a necessidade urgente de reformas profundas na gestão da saúde pública da cidade. A negligência e o abandono não podem ser tolerados, e as autoridades competentes precisam ser responsabilizadas por suas ações e omissões. O direito à saúde é um pilar fundamental da sociedade e deve ser assegurado a todos, sem distinção.
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