Ministro do STF utiliza expressão regional para criticar conduta na Lava Jato durante sessão da Segunda Turma
Ministro Gilmar Mendes trouxe à tona episódio "divertido" envolvendo Sergio Moro e Deltan Dallagnol, em Brasília. |
Na tarde desta terça-feira (11), durante uma sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes trouxe à tona um episódio que ele descreveu como "muito divertido" envolvendo o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol. Utilizando uma expressão típica de sua região natal, o Mato Grosso, Mendes afirmou que Moro e Dallagnol "roubavam galinhas juntos", em uma clara referência às críticas que há tempos vinha fazendo sobre a condução da Operação Lava Jato e as supostas articulações entre o então juiz Moro e o procurador Dallagnol.
O contexto da declaração se deu durante a discussão de uma reclamação apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o encerramento de uma ação envolvendo a construtora Queiroz Galvão. Mendes, ao trazer à tona sua visão sobre o histórico da Lava Jato, destacou a série de reportagens conhecida como "Vaza Jato", que revelou conversas entre Moro e Dallagnol, ressaltando que essas revelações tornaram evidentes as nuances das interações entre os dois agentes públicos.
Entretanto, o ministro enfatizou uma particularidade fundamental: "o diálogo se dá nos autos", ressaltando a importância do contexto processual nas interações entre juiz e procurador. Esta afirmação ocorre em um momento de intensos debates sobre a conduta ética e legal dos envolvidos na Lava Jato, especialmente após as revelações trazidas à tona pela série "Vaza Jato".
Além disso, Gilmar Mendes determinou a devolução do dinheiro à construtora Queiroz Galvão, fundamentando sua decisão na falta de provas suficientes da culpa da empresa no caso em questão. Esta decisão ressalta a importância da presunção de inocência e do devido processo legal, pilares essenciais do sistema jurídico brasileiro.
É válido ressaltar que as declarações de Gilmar Mendes durante a sessão refletem não apenas sua visão pessoal sobre o caso, mas também contribuem para o debate público em torno da atuação do Judiciário e do Ministério Público, especialmente em casos de grande repercussão como os relacionados à Operação Lava Jato.
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