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Justiça tardia: Ex-promotor condenado a 9 anos por homicídio em Bertioga após duas décadas

 Júri popular decreta sentença para Thales Ferri Schoedl duas décadas após o crime na Praia da Riviera de São Lourenço

Thales Ferri Schoedl foi condenado a nove anos de prisão por homicídio e tentativa de homicídio, em um caso que se arrastava há 20 anos

Thales Ferri Schoedl, ex-promotor de Justiça, foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Diego Mendes Mondanez e pela tentativa de homicídio de Felipe Cunha de Souza, ocorridos em Bertioga, no litoral norte. O julgamento, que aconteceu na última segunda-feira (3), trouxe um desfecho para um caso que se arrastava há 20 anos, após a anulação de uma decisão anterior que havia absolvido o réu.

O incidente ocorreu em 30 de dezembro de 2004, na Praia da Riviera de São Lourenço, após um luau. Schoedl, então promotor de Justiça, disparou contra dois jovens, resultando na morte de Diego Mendes Mondanez e ferindo Felipe Cunha de Souza. Schoedl foi preso em flagrante na época, e, devido ao seu cargo, teve direito a ser julgado em 2008 pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). Naquele julgamento, ele foi absolvido por unanimidade.

Em 2018, Schoedl foi exonerado do cargo de promotor, o que resultou na perda do direito ao foro especial. Consequentemente, a absolvição anterior foi anulada, possibilitando um novo julgamento pelo Tribunal do Júri, composto por sete jurados, que ocorreu no Fórum de Bertioga e durou mais de dez horas.

Durante o julgamento, 15 testemunhas foram ouvidas. Schoedl, em seu depoimento, alegou que na noite dos fatos estava acompanhado da namorada e que portava uma arma devido a perseguições relacionadas ao seu cargo. Ele afirmou que foi cercado por um grupo de jovens e que, ao anunciar estar armado, disparou para o chão e para o alto inicialmente. Segundo ele, após provocações do grupo, agiu em legítima defesa ao atirar contra os jovens.

O Conselho de Sentença, no entanto, concluiu pela condenação de Schoedl, atribuindo-lhe seis anos de reclusão pelo homicídio de Diego e três anos pela tentativa de homicídio de Felipe, totalizando uma pena de nove anos.

Diego Renoldi Quaresma de Oliveira, advogado de defesa de Schoedl, afirmou que a decisão será recorrida. A defesa buscará reverter a sentença, alegando a legítima defesa apresentada pelo réu durante o julgamento.

Este caso reacende debates sobre a utilização de armas por autoridades públicas e as implicações legais e morais de suas ações fora do exercício direto de suas funções. A condenação de Schoedl marca um momento significativo na justiça brasileira, demonstrando a complexidade e a demora em se obter um veredicto final em casos de grande repercussão e envolvendo figuras públicas.

O desfecho deste caso, ainda passível de recursos, destaca a importância de um sistema judiciário que busca equidade e justiça, independentemente da posição social ou cargo ocupado pelo réu. A sentença proferida pelo júri popular de Bertioga representa um capítulo crucial na busca por justiça para as famílias das vítimas e para a sociedade como um todo, enfatizando a necessidade de transparência e responsabilidade em todas as esferas do poder público.



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