Governo paulista expande acesso a tratamento com cannabis medicinal, porém burocracia e restrições permanecem
Medicamento à base de canabidiol em farmácia do SUS na Baixada Santista já começa a ser distrubuído. |
Em um passo significativo para a saúde pública, o Governo de São Paulo iniciou a distribuição de medicamentos à base de canabidiol (CBD) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Baixada Santista e Vale do Ribeira. A medida, celebrada por pacientes e familiares, visa oferecer alívio para portadores de síndromes neurológicas graves, como Dravet, Lennox-Gastaut e complexo da esclerose tuberosa.
Contudo, o acesso ao tratamento não é livre de obstáculos. Para obter o medicamento, pacientes devem apresentar uma extensa lista de documentos, incluindo formulários médicos, exames laboratoriais e de imagem, que serão submetidos à análise da Secretaria de Estado da Saúde (SES). A burocracia, aliada às restrições de uso do CBD, como a proibição para menores de dois anos e gestantes, levanta questionamentos sobre a efetividade da medida.
A iniciativa paulista, embora louvável, expõe a complexidade da regulamentação da cannabis medicinal no Brasil. Enquanto o CBD ganha espaço no SUS, o debate sobre o uso terapêutico da planta e seus derivados segue acalorado, com defensores e críticos dividindo opiniões.
A expansão do acesso ao CBD no SUS representa um avanço inegável, mas também um lembrete de que a jornada para a democratização da cannabis medicinal ainda está longe do fim. A esperança é que, com o tempo e amadurecimento do debate, as barreiras sejam superadas, garantindo que o tratamento chegue a todos que dele necessitam, sem entraves burocráticos ou restrições desnecessárias.
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