Condenação por Fake News abala credibilidade da parlamentar e jornalista
Rosana Valle durante pronunciamento na Câmara dos Deputados. |
Em um comunicado contundente, a Associação Paulista de Imprensa (API) expressou repúdio à deputada federal e jornalista Rosana Valle (PL-SP), após sua condenação pela 273ª Zona Eleitoral de Santos. A parlamentar foi julgada por disseminar notícias falsas contra seu provável adversário na disputa pela Prefeitura de Santos, o também deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
A condenação, divulgada nesta segunda-feira (1), foi recebida com seriedade pela API, que destacou a gravidade dos atos cometidos por Rosana Valle. A nota da entidade, que representa milhares de jornalistas no Estado de São Paulo, enfatiza a responsabilidade ética e profissional que a deputada, enquanto jornalista, deveria manter. "A conduta da parlamentar coloca em xeque a integridade da profissão, que deve ser pautada pela ética e transparência", afirmou a API.
Rosana Valle foi condenada por fabricar e disseminar informações falsas sobre Paulo Alexandre, ex-prefeito de Santos e pré-candidato a um terceiro mandato na cidade. Em suas declarações, a deputada acusou Paulo Alexandre de ser "ficha suja" e estar "inelegível", alegações que foram desmentidas judicialmente.
O juiz eleitoral Frederico dos Santos Messias, responsável pelo caso, já havia emitido uma liminar ordenando que Rosana cessasse a divulgação das informações falsas. Em sua decisão de primeira instância, o magistrado reiterou que a parlamentar faltou com a verdade ao proferir tais acusações durante uma entrevista a um podcast, considerando sua postura como antiética no contexto político. A sentença também inclui uma multa de R$ 5 mil pela divulgação de fake news.
A API, em sua nota, reforça que a propagação de notícias falsas não só fere a ética jornalística, mas também prejudica o processo democrático. "A difusão de fake news não deve ser tolerada, especialmente por aqueles que têm a responsabilidade de informar o público com precisão e imparcialidade", salientou a entidade.
Em resposta à condenação, Rosana Valle emitiu uma nota, na qual manteve suas afirmações originais e criticou o juiz Frederico dos Santos Messias, questionando sua competência para julgar o caso. Contudo, suas alegações foram novamente rejeitadas pelo magistrado, que sublinhou a necessidade de um debate político baseado em princípios éticos.
O caso de Rosana Valle evidencia um desafio crescente no cenário político e midiático contemporâneo: a disseminação de informações falsas como estratégia de campanha. A API alerta que tais práticas minam a confiança do público na imprensa e no sistema democrático, ressaltando a necessidade de vigilância contínua contra a manipulação de informações.
A repercussão deste episódio coloca em foco a importância da responsabilidade na comunicação, especialmente em tempos eleitorais, e reafirma o papel crucial das entidades jornalísticas na manutenção da ética e transparência.
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