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Operação Choque Elétrico: Polícia estoura esquema de "gatos" de energia em Praia Grande

 Força-tarefa descobre rede de furto de energia em estabelecimentos comerciais e residências; prejuízo para a sociedade vira piada de mau gosto nas contas de luz

Força-tarefa descobre esquemas de furto de energia em mercados e bares de Praia Grande; prática ilegal infla contas e causa prejuízos bilionários. Foto:Divulgação/CPFL.

Uma força-tarefa liderada pela Polícia Civil, em conjunto com a concessionária de energia elétrica da Baixada Santista, protagonizou cenas que parecem saídas de um enredo de humor negro: dezenas de estabelecimentos comerciais, incluindo mercados, bares e até casas de veraneio, foram flagrados utilizando "gatos" de energia em Praia Grande. A operação, que mais parece um episódio de uma série policial, revelou um esquema bem arquitetado de furtos de eletricidade que drena recursos públicos e infla as tarifas pagas pelos consumidores.

O caso, além de impressionar pelo volume de fraudes, deixa uma pergunta incômoda no ar: há quanto tempo essa prática é vista como "solução econômica" por parte dos responsáveis pelos estabelecimentos? E mais, até que ponto o hábito de "driblar" o sistema tornou-se tão naturalizado que deixou de ser crime para virar prática cotidiana?

A descoberta de "gatos" de energia não é novidade em cidades litorâneas, onde muitos imóveis permanecem fechados grande parte do ano. No entanto, a magnitude dessa operação escancara uma realidade preocupante: a prática criminosa não se restringe a lares desocupados por turistas de fim de semana, mas atinge também grandes comércios que, enquanto se beneficiam do furto, aumentam a conta para a população comum.

Em mercados e bares investigados, os "gatos" estavam tão bem instalados que, segundo um dos responsáveis pela operação, seria impossível que os proprietários não soubessem de sua existência. Em alguns casos, os medidores de energia foram tão manipulados que pareciam até "personalizados" para o esquema. 

A defesa daqueles que cometem o furto de energia parece recorrer ao famoso "jeitinho brasileiro", como se a prática fosse uma maneira inocente de reduzir custos. Contudo, o impacto econômico dessa prática é brutal. Estima-se que o Brasil perca mais de R$ 14 bilhões por ano com furtos de eletricidade. Essa quantia, se revertida em investimentos, poderia ampliar programas de inclusão social, melhorar a infraestrutura ou até mesmo aliviar o preço final pago pelo consumidor.

O delegado responsável pela força-tarefa não esconde o choque ao se deparar com a situação. "É uma falta de respeito com os demais cidadãos. Quem faz um gato de energia está, na verdade, roubando o próximo. Não há romantização possível", afirmou.

Além das consequências óbvias, como o pagamento retroativo do valor não faturado e multas pesadas, os responsáveis pelos estabelecimentos flagrados podem responder por furto qualificado. Em casos onde se comprova que a fraude foi organizada de maneira reiterada e com dolo evidente, as penas podem variar entre 2 a 8 anos de reclusão, além de pesadas indenizações.

Entretanto, o prejuízo vai além das esferas criminal e econômica. Há um impacto moral que atinge em cheio a confiança da população. Em tempos onde se fala tanto sobre ética e moralidade, a descoberta de esquemas como esses revela que as brechas legais e tecnológicas ainda são amplamente exploradas por aqueles que buscam vantagens pessoais a qualquer custo.

A operação de fiscalização promete ser apenas o começo de uma série de ações mais incisivas para combater os furtos de energia em Praia Grande e região. As autoridades já estudam novos meios para coibir essa prática, que, ao que tudo indica, estava se tornando regra entre alguns comerciantes e proprietários de imóveis.

Enquanto isso, a sociedade assiste atônita à criatividade criminosa, que, ironicamente, é tão eficaz quanto a tecnologia da concessionária. Para muitos, o “gato” de energia é uma brincadeira perigosa que pode custar caro, mas, para outros, ainda é visto como uma forma "alternativa" de reduzir os custos. O que não se pode negar é que o preço da conta — ética e financeira — quem paga é sempre o cidadão comum.



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