Manifestação estudantil expõe problemas estruturais e educacionais em unidade de ensino no litoral paulista
Estudantes montam barricadas em quadra escolar durante protesto em Santos; reivindicações incluem infraestrutura e reforma educacional. |
Na manhã desta terça-feira (19), alunos da Escola Estadual Antônio Ablas Filho, localizada em Santos, protagonizaram um ato de ocupação reivindicando melhorias na infraestrutura da unidade e mudanças em políticas educacionais. O movimento, organizado pelos próprios estudantes, tornou-se mais um capítulo na luta por direitos na educação pública na Baixada Santista.
Entre as pautas principais levantadas pelos manifestantes, estão:
- Conclusão da instalação de aparelhos de ar-condicionado;
- Reforma urgente da quadra poliesportiva;
- Contratação de pelo menos dois inspetores escolares adicionais;
- Realização de assembleias que incluam estudantes, funcionários e membros da comunidade escolar;
- Garantias de que não haverá represálias ou punições aos participantes do ato.
Além das questões locais, o protesto também abordou temas mais amplos relacionados à educação no país, como a revogação do Novo Ensino Médio, o combate à militarização e digitalização das escolas, o fim de leilões e privatizações de unidades escolares e a rejeição à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 9/2023, que prevê a transferência de recursos da Educação para a Saúde.
A movimentação dos estudantes não passou despercebida pelas autoridades. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), a Polícia Militar foi acionada por volta das 9h30. O confronto incluiu a montagem de barricadas pelos alunos na quadra da escola, enquanto a polícia utilizou munição química para dispersar os manifestantes. A SSP-SP afirmou que não houve registro de feridos e que as equipes permanecem à disposição da direção escolar para mediar a situação.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc), por sua vez, informou que a gestão escolar está aberta ao diálogo com os alunos, buscando resolver as demandas de maneira pacífica. Em nota, a Seduc afirmou que os conteúdos pedagógicos perdidos devido à ocupação serão repostos, mas não deu detalhes sobre o atendimento às reivindicações apresentadas.
A ocupação da Escola Estadual Antônio Ablas Filho reflete um cenário recorrente em que alunos, na ausência de respostas concretas, recorrem à mobilização como forma de pressão. A questão levanta debates sobre o estado da infraestrutura das escolas públicas paulistas, a gestão educacional e as consequências de reformas estruturais como o Novo Ensino Médio.
Enquanto o desfecho da ocupação segue incerto, a manifestação chamou atenção para a importância de políticas públicas que priorizem o fortalecimento da educação como um direito fundamental.
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