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No limite da razão: Santos consegue vitória, mas bastidores viram palco de escândalo

 Em campo, 3 a 0. Fora dele, briga, ameaças e revelações no quase acesso santista. A polêmica é certa na Vila Belmiro

Noite de vitórias e tensão na Vila: bastidores do Santos fervem a um passo do retorno à Série A.

A torcida santista, incansável em sua paixão e sua paciência já visivelmente esgotada, testemunhou nesta semana uma das noites mais turbulentas dos bastidores de seu clube. O Santos venceu o Vila Nova por 3 a 0, ficando a um passo de voltar à Série A, mas o que parecia ser motivo para alívio e celebração logo se tornou um barril de pólvora, detonando uma série de discussões, ameaças e acusações de vazamentos de informações sigilosas.

Tudo começou quando um grupo de torcedores decidiu manifestar, no mínimo, sua preocupação para a diretoria sobre o futuro de 2025. Enquanto alguns cobravam publicamente a promessa de um time mais competitivo, outros protestavam contra o atual desempenho administrativo. No centro da tempestade, estava o presidente Marcelo Teixeira, acompanhado de familiares e aliados, que, de acordo com testemunhas, inicialmente reagiram com risos às críticas recebidas. Ao lado de Marcelo, seu filho, Marcelo Teixeira Filho, e um amigo pareciam alheios às cobranças.

Mas o ambiente amistoso terminou rápido. A esposa de Teixeira respondeu aos torcedores em tom irônico, o motorista do presidente se juntou ao coro e, em pouco tempo, o cenário se tornou insustentável. Em um gesto quase cinematográfico, o assessor Adilson Durante Filho, possivelmente inspirado por algum épico de gladiadores, resolveu chamar os torcedores para a briga, acenando-lhes com o emblemático “vem” — um convite que poucos ousariam recusar. Na sequência, o próprio Teixeira não se conteve e repetiu o gesto, um “convite” que foi prontamente aceito pelos torcedores exaltados, que rapidamente se dirigiram ao quarto andar, onde está o camarote presidencial. A Polícia Militar precisou intervir para conter o confronto.

O desfecho? Marcelo Teixeira, no auge de sua indignação, deixou o camarote ao lado de seu fiel escudeiro Adilson, e direcionou-se a um dos torcedores: “Eu vou te pegar. Você não vai escapar.” Segundo testemunhas, a situação só não foi ainda mais longe porque o torcedor foi mantido afastado pela segurança. Sua “ofensa”? Dizer que quem realmente ama o clube é a torcida, e não o presidente.

A conturbada noite na Vila não se encerrou com o incidente presidencial. Alexandre Gallo, diretor de futebol do clube, aproveitou o espaço pós-jogo para desabafar sobre uma questão sensível e, até certo ponto, nebulosa. Em um discurso fervoroso, Gallo acusou, sem meias-palavras, um “X-9” dentro do clube de estar vazando informações para a imprensa com o intuito de prejudicar o departamento de futebol.

As revelações do jornalista Rodolfo Gomes, do canal Futeboteco, sobre os altos salários de jogadores como Willian Bigode e Julio Furch foram o estopim para as críticas de Gallo. A indignação do diretor veio à tona com frases cuidadosamente colocadas — porém inegavelmente duras. “Há um canalha entre nós, alguém que vem mudando os números e os prazos de contrato com o objetivo claro de tumultuar o ambiente do Santos”, disparou. Gallo afirmou ainda que a busca pelo responsável está “próxima do desfecho” e enfatizou que a torcida poderia ficar tranquila, pois “essa pessoa trabalhou muito contra o presidente Marcelo Teixeira e não alcançou o objetivo”.

Se o clima na diretoria e entre torcedores estava tenso, o treinador Fábio Carille não escapou do escrutínio popular. Apesar da vitória expressiva, o estilo defensivo e a falta de jovens talentos escalados têm sido alvo constante de críticas. Mesmo com a possibilidade de renovação de contrato em caso de acesso, Carille está longe de ser unanimidade.

Em tom conciliador, o treinador afirmou que não enfrenta a mesma hostilidade no dia a dia em Santos e até compartilhou uma anedota sobre como, ao caminhar pela orla, não foi interpelado por ninguém. Mas o alívio que Carille encontra fora do estádio contrasta brutalmente com a realidade das arquibancadas, onde foi vaiado e até xingado. Ele declarou não saber se estará no comando do time no próximo ano, mesmo que consiga o acesso, uma vez que a diretoria já deu sinais de que considera mudanças.

A torcida, por sua vez, mantém a expectativa de que, independentemente do acesso, o Santos possa encontrar um novo técnico com uma abordagem mais ofensiva e que aproveite melhor os jovens talentos da base.

A poucos passos do acesso, o Santos vive um turbilhão de emoções e dramas fora de campo que podem comprometer a estabilidade necessária para a temporada de 2025. O time precisará lidar não só com os desafios técnicos, mas com uma diretoria que parece imersa em intrigas internas, um presidente que não hesita em confrontar a torcida e um diretor disposto a desmascarar o tal “X-9” a qualquer custo.



Tags: #SantosFC #AcessoSérieA #Polêmicas

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