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A bomba-relógio da negligência: Funcionário procurado por estupro é preso em empresa ligada à Petrobras em Cubatão

Falta de controle em contratações expõe comunidade e trabalhadores a riscos graves na Baixada Santista

Falta de rigor na contratação em empresas terceirizadas da Petrobras expõe trabalhadores e comunidades a riscos inaceitáveis.

A negligência no processo de contratação em empresas terceirizadas ligadas à Petrobras voltou a evidenciar um problema crítico na manhã da última terça-feira (3), em Cubatão. Um homem com mandado de prisão por estupro foi detido enquanto trabalhava em uma dessas empresas, em pleno Centro do município, reforçando preocupações sobre a fragilidade dos mecanismos de seleção de funcionários em ambientes de alto risco.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar, o homem, procurado pela Justiça na Região Sul do Brasil, foi encontrado após uma denúncia anônima que alertava sobre sua presença na Avenida 9 de Abril, um dos principais corredores urbanos de Cubatão. Após a denúncia, os policiais confirmaram que o suspeito possuía um mandado de prisão ativo. Em contato com o setor de segurança da Petrobras, foi possível localizar o trabalhador no local informado.

A situação escancara a falha no controle de antecedentes criminais em contratações realizadas por empresas terceirizadas. Essa ausência de rigor não só coloca em risco outros funcionários e contratados, mas também compromete a segurança das comunidades vizinhas, já que muitos desses trabalhadores residem em alojamentos próximos às áreas industriais.

Cubatão, conhecida por abrigar um dos maiores polos industriais do país, já enfrenta desafios históricos relacionados à segurança pública e à poluição ambiental. A presença de criminosos condenados entre trabalhadores de empresas que operam na região só agrava esse cenário, criando uma atmosfera de insegurança, ainda maior, para os moradores locais.

Ao ser abordado pelos policiais na empresa, o procurado admitiu ter ciência do mandado de prisão contra ele e não resistiu à detenção. Ele vestia roupas de trabalho e estava em uma área controlada no momento da abordagem. Antes de ser conduzido à Delegacia Sede de Cubatão, onde o caso foi registrado como captura de procurado, o homem foi autorizado a trocar de roupa. A operação transcorreu sem incidentes, mas deixou em evidência a facilidade com que pessoas com histórico criminal podem acessar cargos em empresas que deveriam prezar pela segurança e responsabilidade social.

A Petrobras, enquanto gigante do setor, e suas contratadas, têm sob sua responsabilidade um rigoroso controle de compliance e segurança. No entanto, casos como este revelam lacunas que comprometem não apenas a reputação das empresas envolvidas, mas também a segurança da população local e a credibilidade do mercado corporativo.

Embora a empresa tenha colaborado prontamente com as autoridades durante a operação, a situação levanta questões sobre o monitoramento contínuo dos funcionários contratados e o comprometimento com políticas de recursos humanos que garantam um ambiente seguro para todos. É inaceitável que trabalhadores com antecedentes criminais graves permaneçam empregados em áreas sensíveis, expondo comunidades inteiras ao perigo.

Enquanto casos assim continuarem a ocorrer, a sensação de insegurança será uma constante, especialmente em cidades como Cubatão, onde a convivência entre grandes indústrias e a população requer equilíbrio e responsabilidade.

Para além das prisões, o que se exige é uma revisão profunda e eficaz dos critérios de contratação e supervisão de funcionários em todas as empresas do setor.



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