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Golpe do Pix: Operação paulista desmascara empresas fantasmas e bloqueia mais de 2 mil inscrições

 Empresas fraudulentas usavam nomes de órgãos públicos e instituições conhecidas para aplicar golpes; sócios envolvidos serão investigados criminalmente

Empresas fantasmas com nomes de instituições renomadas foram bloqueadas em operação inédita no estado de São Paulo.

O estado de São Paulo, em uma ação inédita de combate a fraudes financeiras, suspendeu as inscrições estaduais de 2.128 empresas suspeitas de integrarem um esquema criminoso voltado para golpes via Pix. A operação, batizada de "Olho no Pix", revelou a ousadia dos fraudadores, que utilizavam nomes fictícios similares aos de órgãos públicos e grandes marcas para enganar consumidores desavisados.

Entre as empresas identificadas estavam nomes como "Receita Federal do Brasil", "Unesco Doação Ltda." e "Detran Estadual Ltda.", evidenciando a sofisticação das estratégias empregadas para capturar pagamentos fraudulentos. As ações criminosas incluíam desde cobranças de impostos, como o IPVA, até falsas campanhas beneficentes, como a "Criança Esperança".

A operação foi conduzida pela Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo (Sefaz-SP), em conjunto com a Diretoria de Fiscalização (Difis) e a Diretoria de Gestão, Atendimento e Conformidade (Diges). O trabalho minucioso de inteligência, liderado por auditores da Assistência Fiscal de Monitoramento e Inteligência (AFMI) e da Delegacia Regional Tributária da Capital (DRTC-III), identificou que os criminosos se aproveitavam do sistema simplificado de abertura de empresas conhecido como Balcão Único. 

Com o registro facilitado, empresas fictícias eram criadas e direcionavam pagamentos via Pix e boletos para contas bancárias fraudulentas. Muitas vezes, essas contas estavam vinculadas a "laranjas" — pessoas de baixa renda, frequentemente beneficiárias de programas como o auxílio emergencial, utilizadas como fachada pelos esquemas.

Entre as empresas bloqueadas, destacam-se nomes que beiram o absurdo, como "Magalu Financeiro Ltda.", "Pagamentos Dasmei Simples Ltda." e "Pagamentos Ambev Distribuidora Ltda.", que abusavam da credibilidade de grandes marcas para atrair vítimas. Diante da gravidade do caso, apenas uma das empresas suspensas pediu reativação de sua inscrição, que agora passa por uma rigorosa análise fiscal.

A Junta Comercial de São Paulo (Jucesp) também agiu rapidamente, publicando uma portaria com exemplos de nomes que passam a ser proibidos, além de adotar ferramentas de "machine learning" que bloqueiam automaticamente tentativas de abertura de empresas com características suspeitas. Contadores que facilitaram as operações fraudulentas foram inseridos em listas restritivas, impedindo sua atuação no registro de novas empresas.

A investigação apontou um padrão preocupante: muitos dos sócios dessas empresas não possuíam capacidade financeira para justificar as operações registradas, reforçando o uso de "laranjas". Os envolvidos enfrentam agora a possibilidade de sanções civis e criminais. A Receita Federal e a Sefaz-SP seguem aprofundando as apurações para identificar toda a extensão do esquema e seus possíveis beneficiários.

A iniciativa também colocou em xeque a segurança dos sistemas de registro empresarial no Brasil, evidenciando a necessidade de maior rigor nas verificações. Segundo especialistas, a operação marca um divisor de águas no combate a crimes cibernéticos e fraudes financeiras.



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