Suplente do mesmo partido ingressa com ação na Justiça alegando fraude e improbidade administrativa
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Vereadora Maria Eduarda Campopiano Monteiro, alvo de ação judicial que pode resultar na perda de seu mandato. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
A vereadora de Praia Grande Maria Eduarda Campopiano Monteiro (PL) encontra-se no epicentro de uma ação judicial que pode resultar na perda de seu mandato. Eleita com 3.583 votos nas eleições municipais de 2024, a parlamentar é alvo de um processo movido pelo suplente Marcel Farias, também do Partido Liberal, que a acusa de corrupção e fraude eleitoral decorrente de gastos irregulares em sua campanha.
A ação apresentada por Farias aponta uma série de supostas irregularidades na prestação de contas da vereadora. Dentre as principais acusações, está a contratação de parentes próximos, incluindo seu irmão e sua cunhada, para prestarem serviços na campanha eleitoral. No entanto, segundo a acusação, não há indícios de que essas pessoas tenham, de fato, desempenhado atividades vinculadas à candidatura.
Outro ponto polêmico envolve a confecção de panfletos eleitorais contratados às vésperas da eleição. De acordo com a ação, o material publicitário não foi distribuído à população, o que levantou suspeitas de abuso de poder político e econômico, além de possível improbidade administrativa.
Diante dessas alegações, a defesa de Farias entrou com um pedido liminar para suspender a diplomação de Campopiano, além de requerer a declaração de inelegibilidade da vereadora e sua condenação por danos morais coletivos. A acusação também solicitou a devolução de eventuais valores considerados irregulares.
No entanto, o juiz eleitoral da 317ª Zona Eleitoral de Praia Grande, vinculado ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), negou o pedido liminar, alegando falta de elementos suficientes para uma decisão imediata. O magistrado destacou a soberania do voto popular e optou por dar prosseguimento ao processo antes de qualquer medida drástica.
Na sexta-feira (14), o juiz determinou que as partes apresentem suas alegações finais dentro de três dias. Somente após essa etapa, será marcado o julgamento, no qual será decidida a permanência ou a perda do mandato de Campopiano.
O advogado Enio Vasques Paccillo, representante de Marcel Farias, reforça a existência de inconsistências na prestação de contas da vereadora. "A documentação é pública e, ao analisá-la, percebemos várias inconsistências que precisam ser esclarecidas. Nosso objetivo é garantir a transparência e proteger os interesses da população", declarou Paccillo.
Com a tramitação do caso, cresce a expectativa sobre o desfecho do julgamento, que pode impactar significativamente a composição da Câmara Municipal de Praia Grande. A permanência ou a eventual cassação de Campopiano representará não apenas uma decisão individual, mas um marco na fiscalização da transparência e da legalidade dos gastos eleitorais na região.
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