Família acusa negligência médica; Prefeitura e demais autoridades investigam o caso
![]() |
Alessandra Rebeca da Silva Sousa, de 11 anos, faleceu no pronto-socorro do Jardim Rio Branco, após atendimento médico em São Vicente. Foto: Prefeitura de São Vicente/Arquivo. |
Em um episódio que abalou a população de São Vicente, a jovem Alessandra Rebeca da Silva Sousa, de apenas 11 anos, faleceu na última segunda-feira (17) após receber tratamento para furúnculos no Pronto-Socorro (PS) do Jardim Rio Branco, localizado na Área Continental da cidade. A mãe da menina, Alice Maria de Sousa Silva, de 39 anos, alega que houve negligência médica e erros na administração dos medicamentos, resultando na morte prematura de sua filha.
Alice relatou que, no sábado (15), levou Alessandra ao PS devido a furúnculos nas axilas que causavam dores e desconforto. Sem medicamentos em casa, buscou auxílio médico. Durante o atendimento, a médica responsável prescreveu compressas e planejou administrar Benzetacil. No entanto, diante da indisponibilidade do medicamento, optou por aplicar Diclofenaco injetável. "Autorizei, pois minha filha nunca teve alergia a nada", afirmou Alice.
Após o retorno para casa, Alessandra apresentou vermelhidão intensa, coceira e febre. Preocupada, a mãe retornou ao hospital, onde outro médico de plantão questionou a aplicação de Diclofenaco em crianças, procedimento não comum na unidade. Mesmo assim, a menina recebeu tratamento para reação alérgica e foi liberada.
Na madrugada de segunda-feira, o quadro de Alessandra piorou significativamente. Ela foi novamente levada ao PS, onde, apesar dos esforços médicos, não resistiu e faleceu às 7h33. "Quando entrei na sala, minha filha já estava coberta com um plástico, pronta para ser levada. Não era assim que eu queria encontrá-la", desabafou Alice.
A Prefeitura de São Vicente informou que a Santa Casa de São Bernardo, responsável pelo PS do Jardim Rio Branco, está conduzindo uma investigação rigorosa sobre o ocorrido. A instituição afirmou que toda a assistência prestada seguiu os protocolos clínicos e que a paciente foi atendida em todas as suas passagens pela unidade, recebendo medicação e monitoramento conforme a evolução do quadro clínico.
O laudo oficial do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) ainda não foi divulgado, mas a principal hipótese é sepse de provável origem pulmonar.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) registrou o caso como morte suspeita e está conduzindo investigações para esclarecer as circunstâncias do falecimento.
A comunidade aguarda respostas e medidas que garantam a segurança e o bem-estar dos pacientes, especialmente das crianças, em situações semelhantes.
0 Comentários