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Na mira: Influenciadores digitais podem ser presos por divulgar bets ilegais, propõe deputado

Projeto de Lei de Kim Kataguiri endurece legislação contra a promoção de sites de apostas não autorizados, visando proteger grupos vulneráveis

O deputado federal Kim Kataguiri apresenta projeto de lei que visa criminalizar a divulgação de sites de apostas ilegais por influenciadores digitais. Foto: Montagem/Reprodução/Internet.

Um novo projeto de lei (PL), de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP),  agitou o cenário político e digital ao propor medidas drásticas contra a divulgação de plataformas de apostas online que operam à margem da regulamentação no Brasil. Protocolado na Câmara dos Deputados na última quarta-feira, 26 de fevereiro, o PL visa criminalizar a conduta de promover e divulgar sites de apostas ilegais, com penas que podem chegar a oito anos de prisão para influenciadores digitais e figuras públicas que se engajarem nessa prática.

A proposta legislativa estabelece uma pena de reclusão de um a quatro anos, acrescida de multa, para indivíduos que promoverem ativamente plataformas de apostas que não possuam a devida autorização para operar em território nacional.  Entretanto, o texto do projeto eleva a punição ao dobro quando a divulgação é realizada por influenciadores digitais ou figuras públicas,  reconhecendo o potencial de alcance e persuasão desses agentes na sociedade contemporânea.  Nesse contexto, a pena para esses comunicadores poderia variar de dois a oito anos de reclusão, além das sanções pecuniárias.

Na justificativa que acompanha o Projeto de Lei, o deputado Kim Kataguiri argumenta que a crescente publicidade de jogos de azar online tem se mostrado particularmente nociva ao atingir “grupos vulneráveis”,  citando expressamente crianças, adolescentes e pessoas em situação de fragilidade financeira.  Segundo o parlamentar, esses segmentos da população seriam especialmente suscetíveis às promessas de “ganhos fáceis” veiculadas nessas propagandas,  tornando-se alvos fáceis de práticas publicitárias que ele classifica como “manipulativas e pouco transparentes”.

O texto da justificativa  detalha ainda a preocupação com a atuação de influenciadores digitais nesse contexto.  Para o deputado, esses profissionais,  “utilizam sua posição de influência para atrair jogadores, muitas vezes recorrendo a táticas manipulativas e pouco transparentes”.  Ainda segundo o parlamentar,  ao promoverem jogos de azar,  “influenciadores que promovem tais jogos acabam mascarando os riscos envolvidos, apresentando-os como atividades recreativas e seguras”.  Essa estratégia,  na visão do autor do PL,  “contribui para a normalização dos jogos de azar, levando muitos a subestimarem os riscos e as potenciais consequências negativas associadas”.

A proposta de lei de Kim Kataguiri surge em um momento de crescente debate sobre a regulamentação do mercado de apostas esportivas e jogos online no Brasil.  Enquanto alguns defendem a necessidade de um marco regulatório robusto para garantir a segurança dos apostadores e a arrecadação de impostos,  outros manifestam preocupações sobre os potenciais impactos sociais e econômicos da disseminação do jogo,  especialmente entre os mais jovens e vulneráveis.  O projeto de lei,  ao focar na responsabilização de quem promove ativamente sites ilegais,  busca endereçar uma das facetas mais controversas desse cenário,  que é a publicidade e o marketing agressivo direcionados a um público amplo e diversificado.

A tramitação do PL na Câmara dos Deputados deverá ser acompanhada de perto por diversos setores da sociedade,  incluindo representantes da indústria de apostas,  entidades de defesa do consumidor,  influenciadores digitais e a sociedade civil em geral.  O debate em torno da proposta promete ser intenso e complexo,  envolvendo questões como liberdade de expressão,  responsabilidade social,  e os limites da atuação publicitária no ambiente digital.



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