Ação integrada das forças municipais visa restabelecer a ordem e a segurança na orla da Enseada, palco de preocupação por parte de moradores e comerciantes
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Operação da Guarda Civil Municipal no Guarujá resulta na apreensão de simulacro de arma e drogas em prédio abandonado na orla da Enseada. Foto: Prefeitura de Guarujá. |
Na manhã da última terça-feira (25), uma operação conjunta deflagrada pela Guarda Civil Municipal (GCM) do Guarujá culminou com a desocupação de um antigo prédio abandonado situado na prestigiada orla da Enseada. A ação, que mobilizou diversas secretarias municipais, respondeu a inúmeras reclamações de moradores e comerciantes da região, que manifestavam crescente insegurança e apreensão diante da ocupação irregular do imóvel, outrora uma movimentada casa de shows.
A intervenção da GCM no local, que se encontrava em estado de visível deterioração, revelou a presença de 15 indivíduos. Durante a minuciosa vistoria realizada no interior do edifício, as equipes policiais lograram êxito na apreensão de um simulacro de arma de fogo, uma variedade de cartões de crédito e débito, máquinas de cartão de crédito e débito, dez aparelhos de telefonia celular e uma quantidade não especificada de substâncias entorpecentes. Diante do quadro constatado, a Prefeitura do Guarujá determinou o imediato lacre do imóvel, visando impedir novas invasões e garantir a segurança da área.
A operação envolveu a participação ativa de diversas secretarias, incluindo a Secretaria de Defesa e Convivência Social (Sedecon), a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social (Sedeas), a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuci), a Secretaria de Saúde (Sesau) e a Secretaria de Operações Urbanas (Seurb). A integração das diferentes pastas municipais permitiu uma abordagem abrangente da situação, contemplando desde a questão da segurança até o atendimento social das pessoas encontradas no local.
Imediatamente após a desocupação, assistentes sociais da Sedeas iniciaram o trabalho de abordagem e acolhimento das 15 pessoas encontradas no prédio abandonado. Foram oferecidos serviços de acolhimento no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e no Acolhimento Municipal José Calherani, além da possibilidade de retorno assistido às suas cidades de origem. Contudo, a administração municipal informou que, apesar dos esforços das equipes de assistência social, apenas um dos indivíduos abordados aceitou os serviços oferecidos.
Em uma ação paralela e complementar, a equipe de Combate e Controle às Endemias, vinculada à Secretaria de Saúde, que já realizava inspeções periódicas na área, mobilizou três agentes para intensificar as ações de prevenção contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de diversas doenças como dengue, zika e chikungunya. A medida visa proteger a saúde pública e evitar o surgimento de focos do mosquito em um local que, devido ao abandono, poderia se tornar um ambiente propício para a sua reprodução.
A Defesa Civil também desempenhou um papel crucial na operação, realizando uma avaliação minuciosa da estrutura do imóvel. O objetivo da inspeção foi garantir a segurança da área adjacente e prevenir potenciais riscos de desabamento, dada a precariedade da construção. Em seguida, a Secretaria de Operações Urbanas (Seurb) mobilizou equipes para realizar a limpeza completa do espaço, removendo entulhos e outros materiais acumulados no interior do prédio e em seu entorno. A prefeitura informou ainda que, durante esta semana, será providenciada a retirada de uma estrutura metálica pertencente ao imóvel, que apresenta avançado estado de deterioração e representa um risco para a segurança.
A administração municipal esclareceu que o imóvel em questão, localizado na Avenida Miguel Stefáno, número 4.617, era alvo de inúmeras queixas por parte da comunidade local há vários anos. Em resposta a essa situação, o prédio foi declarado vago por abandono por meio do Decreto nº 14.253, de 14 de abril de 2021, sob a justificativa de que não cumpria a função social da propriedade.
A prefeitura informou em nota que, considerando o transcurso do prazo de três anos estabelecido no referido decreto para que os interessados se manifestassem sobre a situação do imóvel, a municipalidade está adotando as medidas legais cabíveis junto ao cartório de registro de imóveis. O objetivo é proceder à arrecadação do bem, em conformidade com a legislação vigente, um trâmite administrativo que já se encontra em andamento.
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