Queda d'água na fuga: Dupla de assaltantes encerra turnê criminosa com mergulho involuntário em Itanhaém

Após semear o pânico com roubos em série, parceiros no crime tiveram seus planos abruptamente interrompidos pela gravidade, um canal e a diligência da GCM

Fim da linha (e da fuga): Dupla é detida pela GCM em Itanhaém após "interlúdio aquático" e tentativa desesperada de escapar a pé. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

A manhã da última quarta-feira em Itanhaém, foi abruptamente sacudida por uma sequência de eventos que mais pareceriam roteiro de comédia pastelão, não fosse a natureza criminosa dos atos. Dois indivíduos, com 24 e 30 anos respectivamente, embarcaram numa jornada delinquente que, para alívio da população e infortúnio dos perpetradores, terminou de forma tão inglória quanto molhada.

Informações preliminares, que circulavam como a brisa marinha entre as forças de segurança, já apontavam para a atuação de meliantes motorizados que vinham praticando roubos na região. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que Guardas Civis Municipais (GCM) e Policiais Civis, já em estado de alerta, receberam a informação de que os suspeitos teriam sido avistados trafegando pela emblemática Avenida Paris. O palco estava montado para o clímax.

Em diligências coordenadas, os agentes logo visualizaram a dupla dinâmica a bordo de sua motocicleta – veículo que, descobrir-se-ia mais tarde, ostentava uma identidade tão questionável quanto as intenções de seus ocupantes. Iniciou-se, então, a clássica cena de perseguição, ou "acompanhamento" no jargão policial. Contudo, o que prometia ser uma fuga audaciosa encontrou um obstáculo inesperado e, digamos, úmido. Numa manobra que certamente não constava nos manuais de pilotagem evasiva, os fugitivos perderam o controle do veículo e protagonizaram um mergulho forçado numa vala ou canal que margeava a via. A gravidade, como sempre, implacável.

Demonstrando uma resiliência digna de nota, embora mal direcionada, a dupla emergiu das águas – talvez imaginando que o batismo involuntário lhes conferisse alguma imunidade – e tentou dar continuidade à fuga, desta vez utilizando a mais antiga das modalidades: a corrida a pé. O esforço, porém, revelou-se tão eficaz quanto tentar secar gelo ao sol. As guarnições da GCM, já em seu encalço e provavelmente contendo o riso, não tiveram dificuldades em interceptar os atletas improvisados.

Com os agora detidos sob custódia, procedeu-se à revista e às constatações que adicionaram novas camadas a esta trama. Em posse dos indivíduos, foram encontrados colares e anéis, presumivelmente frutos de suas recentes "aquisições" ilícitas. Mas as surpresas não pararam por aí. O comparsa mais jovem, de 24 anos, não era um desconhecido para os sistemas de justiça; pesava sobre ele um mandado de captura, tornando-o um foragido oficialmente recapturado. Como se não bastasse o histórico e o flagrante, a motocicleta utilizada na empreitada criminosa e no subsequente mergulho apresentava a placa adulterada, um detalhe que sugere um planejamento que, apesar de meticuloso em alguns aspectos, falhou miseravelmente na execução.

O caso foi devidamente registrado no 3° Distrito Policial de Itanhaém, onde a dupla responderá, inicialmente, pelos crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e captura de procurado, sem prejuízo das investigações sobre a série de roubos que lhes é atribuída. A turnê criminosa chegou ao fim, não com aplausos, mas com o som das sirenes e o odor de água de canal. Itanhaém, por ora, respira um pouco mais aliviada, enquanto a dupla talvez reflita sobre os perigos de misturar alta velocidade, imperícia e hidrovias urbanas.



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