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Mundo agora: Explosão de grande magnitude abala porto estratégico no Irã, deixando centenas de feridos

Incidente em Shahid Rajaee, principal terminal de contêineres do país, ocorre em momento de retomada das negociações nucleares com os EUA e suspende operações

Fachada de edifício em Bandar Abbas exibe os estragos causados pela onda de choque da explosão no Porto de Shahid Rajaee, ilustrando a violência do incidente que feriu centenas no sul do Irã. Foto: Reprodução/Al Jazeera.

Uma violenta explosão abalou, neste sábado (26), as instalações do Porto de Shahid Rajaee, localizado na cidade de Bandar Abbas, um ponto nevrálgico para o comércio marítimo no sul do Irã. O incidente resultou em um número expressivo de vítimas, com fontes oficiais reportando pelo menos 281 pessoas feridas, e levantou preocupações devido à sua ocorrência em um contexto geopolítico sensível.

De acordo com informações veiculadas pela agência internacional Reuters e pela mídia estatal iraniana, a explosão teve origem em múltiplos contêineres que estavam armazenados na área do cais. Um funcionário local envolvido na gestão de crises confirmou à televisão estatal a natureza do evento: "A causa deste incidente foi a explosão de vários contêineres armazenados na área do cais do Porto de Shahid Rajaee". Ele acrescentou que operações de evacuação e transferência dos feridos para centros médicos foram imediatamente postas em prática.

O número de feridos escalou rapidamente. A agência de notícias Fars, inicialmente, havia divulgado um balanço de 47 pessoas atingidas, mas essa cifra foi atualizada posteriormente para 281, evidenciando a gravidade da situação. A agência de notícias semioficial Tasnim complementou o cenário, informando sobre a suspensão total das atividades portuárias para permitir o combate ao incêndio resultante da explosão. A Tasnim também destacou o temor de um número ainda maior de vítimas, incluindo possíveis fatalidades, "considerando o grande número de funcionários portuários" presentes no local no momento do incidente.

Relatos da mídia iraniana descrevem a força da detonação, que foi capaz de estilhaçar janelas em edificações localizadas a vários quilômetros de distância do porto, dando uma dimensão do impacto físico da explosão na região circundante.

Um ponto ressaltado pela imprensa estatal do Irã é a coincidência temporal do incidente. A explosão ocorreu enquanto decorria, em Omã, a terceira rodada de negociações indiretas sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e Washington. Embora nenhuma ligação direta entre a explosão e as conversas diplomáticas tenha sido estabelecida ou sugerida pelas fontes oficiais até o momento, a menção do contexto sublinha a tensão regional e internacional que cerca o Irã. A causa exata da explosão dos contêineres, contudo, permanece sob investigação e não foi imediatamente esclarecida pelas autoridades.

O Porto de Shahid Rajaee não é estranho a incidentes disruptivos. Em 2020, o mesmo complexo portuário foi alvo de um ataque cibernético que afetou seus sistemas de computadores. Na ocasião, o ataque gerou um caos logístico, com congestionamentos massivos nas vias navegáveis e terrestres que dão acesso às instalações. O jornal norte-americano The Washington Post, à época, publicou reportagem indicando que Israel, considerado um arqui-inimigo pelo Irã, estaria por trás da ação cibernética, supostamente como uma forma de retaliação a um ataque virtual iraniano anterior. Este histórico adiciona uma camada de complexidade ao cenário, embora não haja, por ora, qualquer indicação que conecte a explosão atual a atos de sabotagem externa.

As autoridades iranianas continuam os trabalhos de rescaldo, atendimento às vítimas e investigação para determinar as circunstâncias precisas que levaram à detonação dos contêineres no maior e mais movimentado porto do país.



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