Com crachá falso e discurso ensaiado, suspeito enganava comerciantes se apresentando como profissional da imprensa; Polícia Civil prendeu o enganador
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Crachá falsificado utilizado pelo suspeito para se passar por jornalista, apreendido pela Polícia Civil na delegacia de São Vicente. Foto: Divulgação/Polícia Civil. |
Um homem de 51 anos foi preso em flagrante nesta quinta-feira (12), por policiais civis na cidade de São Vicente. Ele se apresentava como jornalista para aplicar golpes em estabelecimentos comerciais, valendo-se de um crachá falso que ostentava brasão da República, os dizeres "IMPRENSA" e "JORNALISTA", além da logomarca de uma emissora televisiva regional.
A ação foi conduzida por equipes do 5º Distrito Policial de Santos, com apoio da Delegacia Seccional, após o recebimento de denúncias de comerciantes que relataram tentativas de extorsão por parte do suposto comunicador. O indivíduo se apresentava como membro da imprensa local, insinuava possuir influência ou poder de denúncia, e usava disso como instrumento para exigir benefícios, vantagens ou amenizações comerciais.
Os investigadores já estavam de posse de informações detalhadas sobre o perfil do suspeito: um homem careca, com altura mediana a elevada, que circulava pela região da Avenida Quintino Bocaiuva, no bairro Boa Vista. Em diligência realizada nas proximidades da Rua Visconde do Rio Branco, os policiais visualizaram um homem com as mesmas características saindo de um escritório comercial. A abordagem foi imediata.
Durante a revista, o homem apresentou um documento funcional em formato de carteira, com aparência oficial, contendo sua foto, nome e o título de "produtor". O material, no entanto, era uma falsificação grosseira, conforme constatado posteriormente. Ao ser questionado, o suspeito admitiu prontamente que não era jornalista e que o documento fora encomendado por ele próprio em uma gráfica localizada na cidade de Praia Grande, através de pedido feito pela internet.
Levado à delegacia, o homem confessou ter usado o falso crachá para se beneficiar de pequenas regalias, entre elas um suposto desconto para visitar o museu da Vila Belmiro, sede do Santos Futebol Clube. Tentou minimizar a gravidade do ato com essa justificativa singela, mas não convenceu os investigadores.
A TV Record, emissora que teve sua logomarca indevidamente utilizada no material falsificado, emitiu nota oficial negando qualquer vínculo com o autuado. A empresa reiterou que ele jamais integrou seus quadros funcionais, tampouco prestou serviços de qualquer natureza.
O caso foi registrado como falsidade ideológica e usurpação de função pública. O suspeito permanece à disposição da Justiça enquanto as investigações prosseguem para identificar outras possíveis vítimas ou cúmplices na fraude.
Mais do que uma tentativa simplória de burlar sistemas, o episódio revela os riscos concretos do uso indevido da credibilidade jornalística como instrumento de engano. A Polícia Civil reforça que casos como este devem ser denunciados e tratados com máxima seriedade, a fim de preservar a legitimidade da imprensa e proteger a sociedade de golpistas que usam a palavra como arma.
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