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Laços de sangue e traição: O futuro do trio acusado de matar Igor Peretto será decidido hoje

Audiência no Fórum de Praia Grande decide se viúva, irmã e cunhado irão a júri popular por crime marcado por crueldade e frieza

Fórum da Praia Grande, local onde ocorre a audiência decisiva que pode levar os acusados pela morte de Igor Peretto a serem julgados por júri popular. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

A atmosfera no entorno do Fórum da Comarca de Praia Grande é de tensão e expectativa nesta segunda-feira, 16 de junho de 2025. Dez meses após o crime que estarreceu a Baixada Santista pela sua brutalidade e pela teia de relações íntimas entre os envolvidos, o Caso Peretto chega a um de seus capítulos mais decisivos. A portas fechadas, ocorre o terceiro e último dia da audiência de instrução e julgamento que selará o destino processual de Rafaela Costa, Marcelly Peretto e Mário Vitorino, acusados de orquestrar e executar o assassinato de Igor Peretto.

O crime, ocorrido em agosto de 2024, desafiou inicialmente a lógica investigativa. Igor foi encontrado sem vida, vítima de múltiplos golpes de faca, dentro do apartamento de sua própria irmã, Marcelly, um local que, a princípio, representaria segurança e acolhimento. A cena revelava uma violência atroz, mas as peças do quebra-cabeça pareciam desconexas.

O que começou como um mistério complexo, rapidamente se converteu em uma estarrecedora crônica de traição familiar. As investigações da Polícia Civil, minuciosas e metódicas, desviaram o foco de suspeitos externos e se voltaram para o círculo mais próximo da vítima. A reviravolta no caso se consolidou em 31 de outubro de 2024, quando a Justiça acatou o pedido de prisão preventiva do trio: a viúva de Igor, Rafaela Costa; sua irmã, Marcelly Peretto; e seu cunhado e amigo, Mário Vitorino.

A denúncia, formalizada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), é contundente. O órgão acusa o trio de homicídio triplamente qualificado, sustentando a tese de que o crime não foi um ato de impulso, mas sim uma execução premeditada, cujas motivações ainda são objeto de profunda apuração. As qualificadoras – que podem incluir motivo torpe, uso de meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima – conferem ao caso uma gravidade jurídica excepcional e, se levadas a plenário, podem resultar em penas altíssimas.

Após esta audiência, o magistrado decidirá se há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade do crime que justifiquem submeter os acusados ao Tribunal do Júri. É o júri popular, formado por cidadãos comuns, que detém a competência constitucional para julgar crimes dolosos contra a vida.

A decisão que sairá do Fórum de Praia Grande é, portanto, um divisor de águas. Se o juiz entender que a denúncia do Ministério Público é robusta, pronunciará os réus, enviando-os para o julgamento popular. Caso contrário, ele poderá impronunciá-los, absolvê-los sumariamente ou desclassificar o crime para outra natureza, cenários considerados menos prováveis pela promotoria, dado o arcabouço probatório apresentado.

Enquanto advogados de defesa e acusação travam a última batalha argumentativa nesta fase processual, a sociedade aguarda o desfecho de uma história real que supera as mais intrincadas ficções policiais. Um caso onde os laços que deveriam significar amor e proteção são apontados como o epicentro de um plano mortal. O veredito de hoje não encerra o caso, mas define o palco onde o ato final desta tragédia familiar será julgado.


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