Comissão de investigação processante instaurada pela Câmara dos Vereadores visa apurar denúncias de favorecimento e corrupção envolvendo o prefeito
Retroescavadeira da administração municipal sendo utilizados em obra particular, conforme denúncias apresentadas à Câmara dos Vereadores de Pariquera-Açú. |
O município de Pariquera-Açú, se vê envolto em um escândalo político de grandes proporções. O prefeito Wagner Costa, filiado ao Partido Liberal (PL), está sob investigação após denúncias de utilização indevida de maquinários públicos em benefício de interesses particulares.
A acusação que pesa sobre Costa foi formalizada por meio de uma denúncia apresentada por um cidadão no recinto da Câmara Municipal, datada do dia 21 de março. A denúncia foi acompanhada de vídeos que supostamente mostram uma retroescavadeira e um caminhão pertencentes à administração municipal realizando serviços em uma chácara de propriedade privada, durante o horário de expediente. Os registros audiovisuais, segundo a denúncia, datam de agosto a setembro do ano anterior.
Tendo em vista a gravidade das acusações, os vereadores do município não hesitaram em agir. No dia 25 de março, levaram o caso ao plenário para deliberação, resultando na aprovação da abertura de uma Comissão de Investigação Processante. Esta comissão, incumbida de investigar minuciosamente as alegações contra o prefeito, terá um prazo de 90 dias para concluir seus trabalhos.
De acordo com os documentos apresentados, os serviços realizados nos terrenos privados consistiam no aterramento de um tanque de água, sendo a propriedade em questão ligada a uma pessoa próxima ao prefeito. Além das evidências visuais, os vereadores também se propuseram a investigar áudios que circulam entre Wagner Costa e a proprietária do local. Segundo o presidente da Comissão, Edson Leite, um acordo entre o prefeito, a proprietária e um funcionário teria sido exposto nos registros. Em um dos áudios analisados, o funcionário menciona a realização dos serviços de forma discreta, para evitar chamar a atenção.
As acusações apresentadas implicam uma série de possíveis infrações, desde peculato até corrupção ativa e passiva. Edson Leite enfatizou que, caso as irregularidades sejam confirmadas, o mandato do chefe do Executivo estará em sério risco de cassação. "Se for comprovado que houve quebra de confiança e desvio de conduta, a cassação se torna uma medida necessária para preservar a integridade da administração pública", afirmou o vereador.
Diante das graves alegações que pairam sobre sua gestão, o prefeito Wagner Costa optou por não se manifestar até o momento. Enquanto isso, a população aguarda ansiosa por desdobramentos dessa investigação que pode impactar profundamente os rumos políticos do município de Pariquera-Açú.
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