Terceira fase da operação foi encerrada com prisões de lideranças do crime organizado e apreensões significativas de drogas e armas
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| Polícia Militar realiza bloqueio na orla de Santos como parte das medidas de reforço na segurança da Baixada Santista. |
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (1) o encerramento da terceira fase da Operação Verão, desencadeada com o objetivo de reforçar a segurança na Baixada Santista. Desde dezembro do ano passado, quando teve início o apoio na região, as forças policiais realizaram um intenso trabalho que resultou em números expressivos, mas também em confrontos e perdas.
Durante o período de vigência da operação, que mobilizou efetivos tanto do interior quanto da capital do estado, foram efetuadas 1.025 prisões, sendo 438 de indivíduos procurados pela Justiça, além da apreensão de 47 menores infratores. As ações coordenadas resultaram na retirada de 2,6 toneladas de drogas das ruas, bem como na apreensão de 119 armas ilegais.
No entanto, o êxito das operações não foi isento de custos, sendo contabilizados 56 óbitos decorrentes de confrontos entre criminosos e as forças de segurança. Entre os episódios mais marcantes, destaca-se a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e do cabo José Silveira Santos, do 2° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), ambos em serviço na Baixada Santista.
Apesar das baixas, os resultados da Operação Verão revelam uma queda significativa nos índices de roubos, com uma redução de 25,8% nos municípios de Santos, São Vicente e Guarujá nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O mês de fevereiro de 2024 registrou a menor taxa de roubos da série histórica iniciada em 2001 em toda a Baixada Santista.
O reforço no efetivo policial na região também foi destacado, com 341 policiais militares permanecendo de forma permanente nas cidades da Baixada, visando intensificar as ações de prevenção e combate ao crime. Além disso, está previsto um aumento no contingente de policiais civis, com a formação de novos agentes ao longo deste ano.
Entre os principais alvos da operação estiveram lideranças do crime organizado que atuavam na região. Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como "Japa", foi presa sob suspeita de comandar a lavagem de dinheiro de uma facção criminosa que atuava em Santos, Cubatão, Guarujá e na capital. Outro alvo foi Caio Vinicius, apelidado de "Nego Boy", acusado de liderar o tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos. A ação também resultou na identificação da atuação de Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como "Danone", uma liderança de alto escalão de uma facção que entrou em confronto com as forças policiais e foi morto.
As apreensões de drogas e armas, realizadas tanto em áreas urbanas quanto em áreas de mangue e imóveis utilizados como "casas bomba" pelos traficantes, evidenciam a complexidade do cenário enfrentado pelas autoridades de segurança pública. Recentemente, investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreenderam 1,2 tonelada de cocaína que seria enviada para o exterior a partir do litoral paulista, reforçando a importância da continuidade das ações de combate ao crime organizado.
A transferência temporária do gabinete da Secretaria de Segurança Pública para Santos durante a operação ressaltou a relevância estratégica da região no contexto da segurança pública do estado. As ações coordenadas visam não apenas combater o crime no presente, mas também desmantelar estruturas que possibilitam sua perpetuação no futuro.
Diante dos desafios enfrentados e dos resultados obtidos, a Operação Verão demonstra a determinação do Estado em garantir a segurança e a tranquilidade da população da Baixada Santista. No entanto, a complexidade do cenário exige uma abordagem contínua e multifacetada, que vá além do enfrentamento direto do crime, envolvendo também medidas de prevenção e políticas públicas voltadas para a inclusão social e o desenvolvimento econômico da região.
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