Operação da Polícia Federal revela novo modus operandi do tráfico de drogas, onde redes sociais são usadas para recrutar indivíduos para transporte ilícito
Recrutamento digital: redes sociais se tornam terreno fértil para o tráfico internacional de drogas. |
No desdobramento de uma operação coordenada pela Polícia Federal, uma mulher de 27 anos foi detida nesta última quarta-feira (17/4) ao tentar embarcar para a França com cápsulas de cocaína alojadas em seu estômago. O que chama atenção neste caso é o método de recrutamento: a jovem alegou ter aceitado a missão após responder a um anúncio de emprego no Facebook, revelando uma nova faceta do tráfico internacional de drogas, que se vale das redes sociais para angariar "mulas".
De acordo com informações da PF, a mulher entrou em contato com o anunciante do suposto emprego sem conhecer a real natureza da proposta. Subsequentemente, negociou o pagamento de R$ 12 mil para ingerir as cápsulas de cocaína e realizar o transporte até Paris. A descoberta das drogas em seu organismo ocorreu momentos antes do embarque, quando a suspeita percebeu que seria submetida a uma revista pessoal.
A prática de recrutar indivíduos para o tráfico internacional de drogas por meio das redes sociais vem se tornando cada vez mais recorrente, conforme investigações da Polícia Federal. Apesar dos esforços da equipe de inteligência em rastrear esses perfis, ainda não foram realizadas prisões diretamente vinculadas aos responsáveis por tais anúncios. A dificuldade em identificar os envolvidos se deve à dinâmica e à volatilidade das plataformas digitais, muitas vezes com anunciantes localizados no exterior.
A expectativa das autoridades é que a mulher detida na última quarta-feira seja liberada após audiência de custódia, seguindo o padrão observado na maioria dos casos similares. Até o momento, a Meta, empresa controladora do Facebook, não se pronunciou sobre o assunto.
Este caso não é um incidente isolado. Na terça-feira (16/4), um homem também foi capturado tentando embarcar para Paris com drogas ocultas em seu corpo, utilizando esparadrapos para fixá-las. Ele alegou ter sido coagido pelo namorado, que é tiktoker, recebendo a promessa de R$ 10 mil pelo transporte ilícito. As identidades dos envolvidos não foram reveladas.
Diante desses episódios, a vigilância e a cooperação entre as autoridades policiais e as empresas de tecnologia se tornam imprescindíveis para conter esse tipo de atividade criminosa nas redes sociais. O desafio de combater o tráfico internacional de drogas se renova com a adaptação dos criminosos às novas tecnologias, exigindo respostas ágeis e eficazes por parte das instituições responsáveis pela segurança pública.
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