Moradores sofrem com negligência na limpeza de área próxima à linha férrea, enquanto autoridades se digladiam em busca de solução
Entre trilhos abandonados e vegetação descontrolada, a paisagem urbana de Mongaguá reflete o descaso ferroviário que assombra seus moradores. |
Uma situação que mais se assemelha a uma trama de terror tem assolado os moradores do bairro Agenor de Campos, em Mongaguá. O descaso impera há mais de um ano, transformando a proximidade com a linha férrea em um verdadeiro campo minado de transtornos e perigos, onde a dengue floresce como uma macabra flor da negligência. Enquanto a população sofre, as autoridades se engalfinham em uma batalha de requerimentos e notas de repúdio, aparentemente incapazes de trazer alívio a esse pesadelo cotidiano.
Unidos pela frustração e pela justa indignação, os moradores têm utilizado os recursos tecnológicos modernos para compartilhar suas agruras. Conversas no grupo de WhatsApp do bairro ecoam com relatos desesperados sobre a falta de limpeza e roçada, desenhando um quadro sombrio que assombra cada esquina. Um corajoso cidadão, cansado de esperar pela ação das autoridades locais, ousou confrontar o sistema ao protocolar uma denúncia no Ministério Público, clamando por justiça em um ambiente onde a inação parece reinar soberana.
Diante da pressão popular, a Prefeitura de Mongaguá sentiu-se compelida a se manifestar, emitindo uma nota que mais parece um malabarismo verbal para esquivar-se de responsabilidades. Alegam, os senhores do poder municipal, que a limpeza e manutenção da linha férrea são incumbências da Rumo Logística, empresa que aparentemente optou por adotar uma política de jardinagem caótica, deixando a vegetação crescer descontroladamente como se estivéssemos em uma versão distópica do Jardim do Éden.
Os nobres edis da Câmara Municipal, por sua vez, não ficam atrás na saga do descaso. Desde tempos imemoriais, eles se revezam em emitir requerimentos e solicitações à Rumo Logística, cujos resultados tangíveis parecem tão distantes quanto o horizonte visto de um trem em disparada. Em um desses documentos, datado do longínquo ano de 2019, é denunciado o estado de abandono que permeia a região há anos, atribuindo à negligência o aumento da criminalidade local, como se as ervas daninhas fossem cúmplices de delitos noturnos.
Mas não se enganem, caros leitores, o problema não se restringe apenas à sujeira e ao risco de ser picado por um mosquito transmissor de doenças. Os próprios trilhos ferroviários, testemunhas inertes dessa trama macabra, contribuem para o caos urbano ao obstruir as valas e canais de drenagem, transformando dias de chuva em um verdadeiro espetáculo aquático, onde carros e pedestres se arriscam em uma dança perigosa entre poças e lamaçais.
E se pensam que Mongaguá é um caso isolado nesse teatro do absurdo, enganam-se amargamente. Reclamações semelhantes brotam como cogumelos venenosos em diferentes pontos do país, onde a Rumo Logística parece trilhar um caminho pavimentado com a inércia e o desleixo.
Enquanto isso, os moradores de Mongaguá permanecem à mercê desse pesadelo moderno, esperando por uma solução que tarda em chegar, como um trem atrasado em uma estação fantasma.
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