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Pablo Marçal: Do golpe ao palanque – A trajetória do influenciador preso por fraude bancária que agora almeja o cargo de prefeito de São Paulo

 Em meio a denúncias e delações, o passado sombrio de Pablo Marçal volta à tona enquanto ele disputa um dos cargos políticos mais cobiçados do país

Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo, com um passado marcado por fraudes bancárias, tenta reconstruir sua imagem na política.

O cenário político brasileiro nunca decepciona quem busca tramas dignas de séries de suspense. O mais recente protagonista dessa novela é Pablo Marçal, influenciador digital e agora candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB. O nome já é conhecido por muitos, mas não por sua habilidade em governar ou seus projetos para a cidade. Em vez disso, Marçal carrega consigo o peso de um passado nebuloso, marcado por uma prisão por fraudes bancárias.

Em 2010, Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por envolvimento em um esquema de phishing, uma forma de fraude digital que visa roubar dados pessoais de vítimas desavisadas. Na época, ele atuava selecionando endereços de e-mail que seriam usados para fisgar as vítimas em armadilhas virtuais. O golpe consistia em enviar mensagens que simulavam ser de instituições legítimas, como bancos, solicitando informações confidenciais. Uma vez que as vítimas clicavam nos links maliciosos, seus dispositivos eram infectados com vírus que permitiam o roubo de dados sensíveis.

Apesar da gravidade das acusações, Marçal viu sua pena ser extinta em 2018, graças à prescrição retroativa – uma manobra jurídica que deixa no ar a sensação de impunidade que permeia tantos casos no Brasil. No entanto, o que realmente chama a atenção é o papel que ele desempenhou para conseguir sua liberdade: a delação de comparsas.

Durante o processo, o influenciador não apenas admitiu que tinha conhecimento do esquema, como também revelou o nome de outros envolvidos, incluindo Danilo de Oliveira, apontado como o chefe da quadrilha. Marçal afirmou que recebia a quantia de R$ 350 (cerca de R$ 1.000 em valores corrigidos) por seus "serviços de informática". Em troca de sua "colaboração", o influenciador foi agraciado com a liberdade, embora sua reputação tenha ficado manchada.

A audácia de alguém com esse histórico lançar-se como candidato a prefeito de uma das maiores cidades do mundo pode até parecer cômica, se não fosse trágica. O Brasil, país onde a memória política é curta, parece estar sempre pronto a perdoar seus vilões – ou, ao menos, a fingir que suas falhas não importam tanto assim. 

Marçal, no entanto, não é o único que enxerga na política uma espécie de redenção. Nos últimos anos, o cenário brasileiro viu emergir diversas figuras com passados questionáveis, que conseguiram se reinventar no palco da política nacional. E, assim, temos a velha máxima se confirmando: o que não mata, elege.

Resta saber até que ponto o eleitorado paulista está disposto a aceitar essa narrativa de "redenção". Afinal, ser vítima de uma campanha de phishing é uma coisa; eleger o criador da campanha é outra completamente diferente. Mas, em tempos onde a política é movida por populismo e promessas vazias, não é de se surpreender que a história de Pablo Marçal encontre eco em parte do eleitorado.



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