Últimas Notícias

8/recent/ticker-posts

Ar fresco, mas a conta quem paga? Novos ônibus com ar na Baixada Santista: alívio ou farsa?

 Promessas de conforto e modernidade esbarram na realidade do transporte público na região

Novos veículos com ar-condicionado começaram a circular. A expectativa é de que a modernização da frota traga mais conforto e qualidade ao transporte público na região.

Em meio a um calor que parece não dar trégua e ônibus lotados que mais parecem saunas, a chegada de novos ônibus com ar-condicionado na Baixada Santista soa como um oásis no deserto. O governo estadual anunciou com pompa a entrega dos primeiros 21 veículos de um total de 100, equipados com tecnologia de ponta e motores menos poluentes. Uma promessa de conforto e modernidade que contrasta com a realidade de quem depende do transporte público na região.

Mas será que essa brisa de esperança é suficiente para aplacar as críticas e as demandas de uma população que há anos sofre com a precariedade do sistema? Afinal, o que adianta ter ar-condicionado se os ônibus continuam superlotados, os horários são irregulares e as tarifas seguem aumentando?

A promessa de renovação da frota, anunciada em julho pelo governador Tarcísio de Freitas, é louvável, mas esbarra em questões estruturais que vão além da climatização dos veículos. A falta de investimentos em infraestrutura, a má gestão das linhas e a ausência de um planejamento integrado continuam sendo gargalos que impedem um transporte público de qualidade na Baixada Santista.

Enquanto o governo celebra a chegada dos novos ônibus, passageiros relatam atrasos, falta de informação e condições precárias de viagem. A superlotação, especialmente em horários de pico, torna a experiência no transporte público um verdadeiro martírio, mesmo com ar-condicionado. A acessibilidade, apesar da plataforma elevatória, ainda é um desafio para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

A questão ambiental também é motivo de preocupação. Apesar dos novos ônibus contarem com motores menos poluentes, a frota ainda é majoritariamente movida a diesel, um combustível fóssil que contribui para o aquecimento global e a poluição do ar. A falta de investimentos em alternativas mais sustentáveis, como ônibus elétricos ou híbridos, mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para um transporte público verdadeiramente ecológico na região.

A entrega dos novos ônibus é, sem dúvida, um passo importante, mas não pode ser vista como a solução definitiva para os problemas do transporte público na Baixada Santista. É preciso ir além da climatização dos veículos e investir em infraestrutura, gestão eficiente e alternativas mais sustentáveis. Só assim será possível garantir um transporte público de qualidade, acessível e ecologicamente correto para todos.



Tags: #TransportePúblico #BaixadaSantista #NovosÔnibus #ArCondicionado #QualidadeDeVida #MobilidadeUrbana #Sustentabilidade #MeioAmbiente

Postar um comentário

0 Comentários