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Bomba: MP investiga Tiago Cervantes por suposto esquema de propina e desvio de verbas públicas na Câmara Municipal de Itanhaém

 Promotor apura favorecimento a empresa ligada a funcionário; gestão de Cervantes na Câmara de Itanhaém é alvo de investigação por possível prejuízo  

Ministério Público apura suspeitas de corrupção em contratos firmados durante gestão de Tiago Cervantes em Itanhaém.

A aparente calmaria que pairava sobre as administrações públicas da Baixada Santista foi quebrada novamente pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, que, liderado pelo promotor Carlos Eduardo Viana Cavalcanti, instaurou um Inquérito Civil para investigar o ex-presidente da Câmara Municipal de Itanhaém, atual prefeito e candidato a reeleição, Tiago Cervantes. O biênio de 2015/2016, que esteve sob a gestão de Cervantes, agora é alvo de suspeitas de corrupção envolvendo um esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro público.

De acordo com os documentos revelados pelo Ministério Público, a trama gira em torno de uma contratação aparentemente inocente. Em 2015, a Câmara de Itanhaém, sob a presidência de Cervantes, firmou contrato com a empresa Daniela Biochi Baroni ME, que supostamente prestaria serviços de digitalização. Entretanto, o que parecia ser uma transação rotineira de prestação de serviços esconde um emaranhado de relações pessoais e profissionais que agora são o foco das investigações.

O elo que conecta as peças dessa trama tem nome: Fabiano Gregório, um personagem aparentemente secundário, mas crucial para a compreensão dos fatos. Casado com Daniela Biochi, proprietária da empresa contratada, Gregório exercia, à época, um cargo comissionado na própria Câmara presidida por Cervantes. Entre 4 de maio de 2015 e 4 de janeiro de 2016, ele circulava livremente pelos corredores da Casa Legislativa, o que facilita as suspeitas de envolvimento em “negociatas” que, segundo o Ministério Público, lesaram os cofres públicos.

O papel de Gregório não se restringe à simples intermediação dos contratos. Em 2017, ele se tornaria sócio da empresa, agora rebatizada de Intersoftware Soluções LTDA, aumentando ainda mais as suspeitas de que o contrato firmado em 2015 teria sido uma estratégia deliberada para beneficiar interesses pessoais. A atuação dessa rede, no entanto, não teria se limitado apenas a Itanhaém.

O promotor Carlos Eduardo Viana Cavalcanti deixou claro, em seu pedido de abertura de inquérito civil, que há indícios substanciais de que tanto em Itanhaém quanto em São Vicente, a empresa foi favorecida por meio de fraudes nos processos administrativos. “Apurou-se a ocorrência de fraude nos procedimentos realizados pela Câmara de São Vicente, assim como de Itanhaém, com o intuito prévio de beneficiar a empresa Daniela Biochi Baroni ME, e viabilizar o desvio de recursos públicos, mediante o pagamento de propina com a utilização de interpostas pessoas, resultando em prejuízo ao erário”, afirmou o promotor.

O verdadeiro impacto financeiro desse suposto esquema de propina e fraude ainda está sendo apurado, mas o que se sabe até agora é o suficiente para alarmar a população. O prejuízo potencial aos cofres públicos de Itanhaém e São Vicente pode alcançar cifras consideráveis, alimentando ainda mais a revolta de uma sociedade já saturada com escândalos de corrupção. A utilização de contratos fraudulentos para viabilizar pagamentos ilícitos e o favorecimento de empresas com vínculos pessoais levantam questões sobre o nível de transparência e ética nas administrações públicas da região.

O Inquérito Civil, aberto em março deste ano, busca agora provas concretas que possam confirmar os indícios já levantados pelo MP. Contratos firmados entre a Câmara de Itanhaém e a empresa de Daniela Biochi, assim como as transações bancárias dos envolvidos, estão sob análise minuciosa. As autoridades procuram identificar o percurso do dinheiro e as relações financeiras que possam indicar a prática de crimes contra o patrimônio público.

No entanto, como ocorre em muitos processos desse tipo, a busca por evidências definitivas é um caminho árduo e repleto de desafios. O que está em jogo é não apenas a punição de eventuais culpados, mas também a confiança da população nas instituições públicas que, mais uma vez, são colocadas sob suspeita.

Tiago Cervantes, que durante seu mandato buscou consolidar sua influência política na região, agora enfrenta um desafio que pode manchar irremediavelmente sua carreira. A sombra da corrupção, que ronda seu nome e sua gestão, coloca em xeque qualquer aspiração futura na vida pública.

Para a sociedade da Baixada Santista, acostumada a ver nomes de gestores públicos envolvidos em escândalos, este é mais um capítulo de uma novela repetitiva e desoladora. O cenário que se desenha é o de uma política local constantemente minada pela corrupção e pelos interesses escusos, onde o bem público parece ser sempre relegado a segundo plano em benefício de poucos.

Agora, cabe à Justiça o papel de investigar e, se comprovadas as irregularidades, punir os envolvidos, enquanto a sociedade aguarda, mais uma vez, que a transparência prevaleça sobre a opacidade dos esquemas corruptos.



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