Polícia Civil identifica dupla que aterrorizou idoso em brutal tentativa de assalto. A violência é tão rotineira que até a arma falhou
Idoso brutalmente espancado em São Vicente durante tentativa de assalto: um retrato cruel da violência urbana que segue impune. |
A cidade de São Vicente foi sede de um novo episódio de barbárie e desprezo pela vida humana que ganhou as manchetes. Desta vez, a vítima foi um idoso, motorista de aplicativo, que teve a infelicidade de cruzar o caminho de dois criminosos implacáveis. O caso, que ocorreu no último final de semana no bairro Vila Margarida, foi flagrado por câmeras de segurança e deixou a população perplexa. No vídeo, amplamente divulgado nas redes sociais, o motorista é arrancado de seu veículo e brutalmente espancado pelos agressores. Uma cena chocante que expõe, sem piedade, a banalização da violência em nossas cidades.
A ação foi rápida e impiedosa. O senhor, já em idade avançada, foi arremessado ao chão com uma rasteira e, em seguida, alvo de socos e chutes. Enquanto um dos criminosos o agredia fisicamente, o outro tentava usar uma arma de fogo que, por algum capricho do destino, falhou. O que poderia ter sido uma tragédia de proporções ainda maiores acabou "limitando-se" à violência física. A violência só cessou com a intervenção corajosa de uma vizinha, que, em um ato de bravura, conseguiu afastar os bandidos. Mesmo assim, os criminosos fugiram sem que qualquer boletim de ocorrência fosse registrado inicialmente pela vítima, que voltou para São Paulo ainda em estado de choque.
Apesar do silêncio do idoso, que, abalado pelo trauma, não formalizou a denúncia, a Polícia Civil de São Vicente já identificou os suspeitos. Contudo, o silêncio da vítima e a falta de um boletim de ocorrência complicam as investigações, transformando o caso em mais um daqueles onde a justiça parece sempre estar um passo atrás. A corporação, até então, mantém as informações sobre o andamento da operação em sigilo, na tentativa de evitar que os agressores escapem por entre as brechas da lei.
Mas, afinal, o que queriam esses criminosos? Assaltantes ou sádicos? Não há ainda uma resposta clara, mas uma coisa é certa: o episódio revela a vulnerabilidade dos moradores da região diante de uma criminalidade que não se intimida com a luz do dia ou com a presença de câmeras de segurança. Mesmo identificados, os criminosos seguem soltos, e o sentimento de impunidade ganha cada vez mais força.
E esse crime não é um caso isolado. A Baixada Santista, e mais especificamente São Vicente, tem sido palco de uma crescente onda de violência que, como um câncer social, corrói o tecido urbano e instaura um estado de pavor generalizado. A brutalidade deste episódio é um reflexo da indiferença de uma sociedade acostumada a assistir, impassível, à violência sendo reproduzida incessantemente nas telas de seus dispositivos.
A Polícia Civil pede ajuda da população. A linha de denúncias, o conhecido 181, permanece aberta, e qualquer informação que possa levar à captura dos criminosos é bem-vinda. No entanto, para muitos, essa é uma medida paliativa em meio ao caos. A sensação de insegurança já faz parte do cotidiano, e a cada novo caso como este, o que resta é a descrença nas instituições e o medo de que, na próxima vez, o desfecho seja ainda pior.
A rotina da cidade continua. O idoso, que retornou para a capital sem registrar a ocorrência, será apenas mais uma estatística não oficial, enquanto os criminosos seguem à solta, talvez planejando sua próxima ação. Afinal, quando a arma falha, o que fica é a certeza de que a impunidade, essa sim, nunca falha.
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