Novinho do Tinder: O Don Juan digital e o golpe do amor moderno

 O perfil atraente e a promessa de lucros rápidos escondiam um predador financeiro que deixou um rastro de corações partidos e contas bancárias vazias

O "Novinho do Tinder" utilizava aplicativos de relacionamento para atrair suas vítimas e aplicar golpes financeiros.

Em um mundo onde conexões digitais se tornaram a norma, um homem de 28 anos explorou a vulnerabilidade de mulheres em busca de amor e segurança financeira, aplicando um golpe que se estendia por anos e deixou um rastro de vítimas em todo o Distrito Federal.

Usando aplicativos de relacionamento como o Tinder, o "Novinho do Tinder", como ficou conhecido, criava perfis sedutores e se apresentava como um advogado bem-sucedido ou um investidor experiente. Com lábia afiada e promessas de retornos financeiros rápidos, ele conquistava a confiança de suas vítimas, muitas vezes emocionalmente fragilizadas, e as convencia a investir em esquemas fraudulentos.

A investigação da Polícia Civil, através da Operação Dolus, revelou um modus operandi meticuloso. Após estabelecer um relacionamento ou flerte, o golpista induzia suas vítimas a transferir dinheiro via Pix, utilizando contas de outras pessoas para dificultar o rastreamento. Quando as mulheres começavam a questionar o paradeiro do dinheiro, ele usava táticas de manipulação emocional, chegando a ameaçar terminar o relacionamento caso não recebesse mais dinheiro.

O esquema criminoso começou em 2017, quando o homem tinha apenas 20 anos, e se intensificou nos anos seguintes. Até o momento, foram identificadas 37 vítimas no Distrito Federal, com um prejuízo estimado em R$ 50 mil. No entanto, há indícios de que o golpista tenha feito vítimas em outros estados, incluindo um possível golpe de R$ 80 mil em uma médica de São Paulo.

Além dos golpes financeiros, o "Novinho do Tinder" também é investigado por outros crimes, como furtos, lesões corporais e estupro de vulnerável. A polícia acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior e incentiva qualquer pessoa que tenha sido lesada pelo golpista a procurar a delegacia mais próxima.

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