Estrutura enferrujada e pneus inservíveis colocam em risco saúde pública e revelam omissão do poder público diante de cenário alarmante no Boqueirão
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| Carreta abandonada em estado de deterioração em frente ao Hospital Irmã Dulce, Praia Grande: símbolo da negligência pública. Foto: Alberto Presecatan. |
Em plena Rua Mihailo Lukich Michel, no bairro Boqueirão, Praia Grande, uma carreta em estado de abandono tem causado revolta entre moradores e comerciantes locais. Situada em frente ao novo acesso do Hospital Irmã Dulce, único hospital da cidade, a estrutura já está sendo corroída pela ferrugem e com pneus inutilizados desafia não apenas a paciência da população, mas também a eficiência do poder público.
O local onde a carreta permanece é conhecido pela presença de estabelecimentos médicos e ortopédicos, além de clínicas de exames, muitas delas vinculadas à saúde municipal. A situação é descrita como um paradoxo: enquanto o entorno foi alvo de manutenção pública recente, com a remoção de mato e limpeza da via, o trecho ocupado pelo veículo parece intocado, como se tivesse sido deliberadamente ignorado.
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| Carreta abandonada a poucos metros da nova entrada do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, expõe abandono e descaso com a saúde pública e o espaço urbano. Foto: Alberto Presecatan. |
O cenário vai além do mero desconforto estético. A carreta acumula água parada, um ambiente propício à proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue, zika e chikungunya. O aumento de casos de arboviroses em regiões litorâneas preocupa autoridades de saúde em todo o país, e a negligência em situações como esta contraria qualquer esforço preventivo.
"Ao passar por aqui todos os dias, fico indignado. Isso está a poucos metros da nova entrada do hospital. Como permitem uma coisa dessas?", questiona um comerciante da região que prefere não se identificar.
A omissão da administração municipal neste caso evidencia uma fragilidade na fiscalização urbana, frequentemente alvo de críticas. Veículos abandonados em vias públicas, além de serem considerados sucatas em potencial, representam entraves ao trânsito, riscos à segurança e ameaças à saúde da população. No entanto, soluções como remoção compulsória, que deveriam ser padrão em situações como essa, parecem inexistir.
A presença de um veículo neste estado, justamente em frente a um hospital que atende centenas de pessoas, reflete a insensibilidade do poder público às demandas básicas da população. O abandono da carreta, que se soma à negligência na manutenção urbana, torna-se um símbolo gritante do descaso.
Enquanto a carreta permanece intocada, a cada chuva o risco de doenças aumenta, e a revolta dos cidadãos cresce. A falta de ação não apenas fere o senso de cidadania, mas também compromete a confiança da população na gestão municipal.
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