Decisão do ministro do STF divide opiniões e gera polêmica em meio à discussão sobre a impunidade em casos de violência contra a mulher
Gilmar Mendes, ministro do STF, votou pela soltura de Robinho, condenado por estupro. A decisão gerou polêmica e debate na sociedade brasileira. |
Nesta sexta-feira (15), em pleno feriado da Proclamação da República, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, votou pela soltura do jogador de futebol Robinho, condenado por estupro em 2017. A decisão, que ainda precisa ser ratificada pelo plenário do STF, gerou forte polêmica e perplexidade na sociedade brasileira.
Robinho, que atualmente cumpre pena em regime fechado em Tremembé, no interior de São Paulo, foi condenado a nove anos de prisão pelo estupro de uma jovem italiana em uma boate em Milão, na Itália. A sentença foi confirmada em segunda instância em 2020.
A defesa do jogador alegou que a prisão preventiva era desnecessária, uma vez que Robinho não oferecia risco à sociedade e que sua detenção era desproporcional à pena aplicada. Gilmar Mendes, que é relator do processo, concordou com a defesa e votou pela soltura do jogador.
A decisão do ministro do STF foi criticada por entidades femininas e organizações que lutam contra a violência contra a mulher. Para elas, a soltura de Robinho seria um retrocesso na luta contra a impunidade em casos de estupro e violência sexual.
"A decisão do ministro Gilmar Mendes é um golpe duro na luta contra a violência contra a mulher. Ela envia um sinal perigoso de que os agressores podem contar com a impunidade", disse a presidente da ONG Mulheres contra a Violência, Maria da Silva.
Já a defesa de Robinho comemorou a decisão, alegando que o jogador é inocente e que a prisão era injusta. "A decisão do ministro Gilmar Mendes é uma vitória da justiça. Robinho é inocente e não oferece risco à sociedade", disse o advogado do jogador, Fernando Martins.
A polêmica em torno da decisão de Gilmar Mendes também alcançou as redes sociais, onde muitos usuários expressaram sua indignação e descontentamento com a possibilidade de soltura de Robinho.
A discussão sobre a impunidade em casos de violência contra a mulher é um tema recorrente no Brasil. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2020, mais de 60% dos casos de estupro não resultaram em condenação.
A decisão final sobre a soltura de Robinho ainda depende do voto do plenário do STF. Enquanto isso, a sociedade brasileira continua a debater sobre a justiça e a impunidade em casos de violência contra a mulher.
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