Troca de tiros em Monte Mor também resulta na morte de um Guarda Civil; caso expõe escalada da violência doméstica e policial no estado de São Paulo
O GCM José Prado Moitinho,a vítima Nicoly Victoria Rodrigues e o suspeito Rafael Maffi da Silva, cujas mortes marcam tragicamente um caso de violência doméstica e confronto policial. |
Uma reviravolta trágica marcou o caso da jovem Nicoly Victoria Camargo Rodrigues, de 23 anos, encontrada morta no dia 13 de novembro em uma área de serviço entre as rodovias Anchieta e Imigrantes, em Cubatão. O principal suspeito do crime, Rafael Maffi da Silva, de 41 anos, morreu em uma troca de tiros com a polícia enquanto tentava escapar da captura. A operação também resultou na morte do Guarda Civil Municipal (GCM) José Prado Moitinho, atingido durante o confronto.
Nicoly, cujo corpo foi encontrado com quatro marcas de tiros, era apontada como vítima de violência praticada por Rafael, seu ex-namorado, que não aceitava o fim de um relacionamento de cinco anos. O crime chocou a comunidade local e trouxe à tona discussões sobre feminicídio e a ineficácia das medidas preventivas contra a violência doméstica.
Desde a descoberta do corpo, o caso era investigado sob sigilo pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic do Deinter 6. A família de Nicoly já havia manifestado suspeitas sobre Rafael, que estava foragido desde a data do assassinato.
Após localizar o suspeito em Monte Mor, na região metropolitana de Campinas, policiais civis e guardas municipais montaram uma operação para captura-lo. Rafael foi avistado em frente a um bar no bairro Jardim Campos Dourados. Ao perceber a aproximação das autoridades, ele fugiu de carro, disparando contra as viaturas.
Durante a perseguição, o suspeito colidiu com uma viatura da GCM e tentou continuar a fuga a pé, mantendo os disparos contra os policiais. Foi nesse momento que o GCM José Prado Moitinho foi atingido. Socorrido ao Hospital Associação Sagrado Coração de Jesus, Moitinho não resistiu aos ferimentos, agravando ainda mais o saldo trágico da operação.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) foi acionado para reforçar a equipe. Durante o confronto, Rafael foi atingido e morreu no local. A perícia encontrou em seu bolso o documento de Nicoly, reforçando as suspeitas de seu envolvimento direto no assassinato da jovem.
A perícia criminal agora trabalha para esclarecer se a arma utilizada por Rafael no confronto foi a mesma empregada no assassinato de Nicoly. A análise balística deverá confirmar a autoria do crime e consolidar as provas já obtidas pela investigação.
O caso foi registrado na Delegacia de Monte Mor sob os crimes de homicídio, tentativa de homicídio, localização e apreensão de veículo, além de morte decorrente de intervenção policial. O desfecho trágico escancara a vulnerabilidade das mulheres em relacionamentos abusivos e os riscos enfrentados pelas forças de segurança em operações de alto risco.
O duplo luto causado pelo caso Nicoly deixa marcas profundas: uma família que perdeu uma filha e a corporação que viu um de seus membros ser vitimado em serviço. Apesar do fim do ciclo de violência imposto por Rafael, o episódio ressalta a urgência de políticas públicas eficazes para prevenção de crimes de gênero e suporte às forças de segurança.
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